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Sem espaço para erros
As histórias de desporto costumam ser pródigas em deixar um quentinho na alma. É um género muito americanizado, mas a verdade é que há algo que torna viciantes os conteúdos em que podemos acompanhar o progresso de uma equipa durante uma temporada. E nem interessa muito a liga, o desporto ou o tipo de objetivos que uma equipa está a tentar atingir. Queremos é ver treinadores carismáticos, conflitos entre jogadores a serem resolvidos e vitórias resgatadas (ou a escapar) no fim dos jogos.
“Last Chance U” é uma série documental da Netflix, que nas primeiras cinco temporadas acompanhou as épocas de três equipas universitárias de futebol americano. Mas se estiveres já a imaginar aqueles pavilhões cheios de estudantes a que te habituaste a ver em filmes e séries de Hollywood, os exemplos que vais seguir nesta série não são bem assim. Isto porque as equipas, a cujos bastidores temos acesso, são de community colleges, faculdades públicas americanas cuja qualidade e recursos são bastante inferiores em relação às universidades mais populares. É quase como comparar qualquer um dos “três grandes” do futebol português com qualquer equipa das distritais.
Nestes estabelecimentos de ensino, estão alunos de todos os tipos: o aluno de condições económicas mais desfavoráveis para quem estar ali já é uma vitória; o aluno que ia ser a próxima grande estrela no liceu, mas que nas aulas não tinha o mesmo empenho que tinha em campo (e acabou numa faculdade pior); ou o aluno que até conseguiu uma bolsa para uma universidade de renome, só que teve a infelicidade de ter uma lesão ou de cometer um erro que lhe custou “o lugar”. Para todos estes, as faculdades onde estão e as equipas que “Last Chance U” acompanha são a última oportunidade de perseguirem o sonho de se tornarem jogadores profissionais. A margem de erro é agora praticamente zero.
Esta semana, chegou ao serviço de streaming um spin-off da série original “Last Chance U: Basketball”. Como o nome indica, os touchdowns são substituídos por bolas no cesto, mas essa é praticamente a única diferença. Os novos oito episódios levam-nos a uma universidade que (novamente), apesar de grandes restrições financeiras, é a luz ao fundo do túnel para muitos jovens que querem ser o próximo LeBron James e pôr a sua vida no rumo certo. São histórias que vale a pena acompanhar e que demonstram uma realidade mais comum do que aquela que costuma chegar até nós: a do insucesso.
- Do documentário para a ficção: as primeiras duas temporadas de “Last Chance U” vão ser adaptadas numa série dramática produzida e protagonizada por Courteney Cox, a Monica de “Friends”, “I know”!
Não conheço, mas sei quem é
Nunca li o livro “Filhos da Droga” de Christiane F., nem vi o filme de 1981 baseado na obra. Sei que é aquele tipo exemplar que a maior parte das famílias tem arrumadinho numa estante lá de casa e que tem até a conotação, desde o seu lançamento em 1978, de um dos primeiros livros que os jovens lêem ao entrar na adolescência. Simplesmente, não aconteceu comigo.
Por isso, ao passar os olhos pelos primeiros episódios da nova série da HBO Portugal, “We Children from Bahnhof Zoo”, fi-lo sem quaisquer amarras a uma expectativa sobre o que é que podia ou não ser. Imagino que esta seja a sensação das pessoas que só viram os filmes do Harry Potter, sem ler as histórias de J.K. Rowling. Espero não estar a perder tanto como elas.
Na série, acompanhamos um grupo de jovens em Berlim dos anos 70 que, de uma maneira ou de outra, têm algo a assombrar o seu dia a dia. Christiane, Stella, Babsi, Axel, Michi e Benno têm vidas francamente diferentes durante o dia e a noite. Os dias são marcados por problemas pessoais e familiares, por desapontamentos e por um desencantamento com o rumo que as suas vidas estão a tomar. As noites são completamente diferentes: é a altura em que os seus caminhos se cruzam, é a altura em que podem correr riscos e não se preocupar com nada, é a altura em que se podem abstrair de tudo em discotecas ou recorrendo a drogas, que se tornam uma prática regular.
À medida que a história vai avançando, os dois mundos vão ficando cada vez mais difíceis de distinguir e os problemas pessoais afetam a diversão noturna e os riscos corridos à noite acabam por chegar à luz do dia, tornando a vida de cada um dos jovens cada vez mais complicada. As leis do universo dizem que há uma probabilidade grande de que a série seja pior do que o livro, mas isso não a desqualifica de ser uma boa forma de passares o teu fim de semana.
- David Bowie: os fãs de “Filhos da Droga” saberão que o lendário artista tem uma ligação muito forte à obra. Viveu em Berlim nos anos 70, foi num concerto seu que Christiane teve a primeira experiência com heroína e fez uma aparição no filme de 1981. Em “We Children from Bahnhof Zoo”, a ligação não foi esquecida e não só existe um episódio chamado “Bowie”, como as músicas do artista britânico são uma constante na banda sonora da série.
Créditos Finais
- Grammys 2021: Quem vai ganhar os prémios mais famosos da indústria musical? Uma antevisão neste artigo do SAPO24. Aposto que não vai ser o The Weeknd...
- Netflix: lê aqui uma lista de dez das melhores séries para ver na plataforma de streaming. Prometo que é melhor que o Top 10 atual.
- HBO Portugal: na plataforma estão algumas das melhores séries alguma vez produzidas. Encontra aqui 10 que, se ainda não viste, podem passar a fazer parte do teu dia a dia.
- Melhor vídeo da semana: é este.
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