Depois de anunciar o espetáculo “Experimental” por Rui Reininho, o concerto a quatro mãos pelos pianistas Pedro Burmester e Pedro Borges, e a performance músico-teatral “Car12” pela companhia ACERT, a referida sala do distrito de Aveiro anunciou hoje mais 10 propostas para o próximo trimestre.
Entre as primeiras propostas para 2022 realça-se a atuação de Aline Frazão e a do pianista de 24 anos Eric Lu, que, acompanhado pela Orquestra Clássica de Espinho sob direção de Nuno Coelho, explorará um repertório de Schumann, Brahms e Nuno da Rocha, exibindo a técnica que este ano lhe mereceu uma bolsa do Programa Avery Fisher e um contrato de exclusividade com a editora Warner Classics.
No cartaz sobressai ainda o Mário Laginha Trio, que dará a conhecer o álbum “Jangada”, cujo lançamento está anunciado para o próximo mês de fevereiro. Citado pelo Auditório de Espinho, o pianista que dá nome a essa formação de jazz diz que, após muitos anos sem gravar, o novo disco foi, em plena pandemia, uma forma de afastar “esta nuvem negra que teima em não sair das [suas] cabeças”.
Quanto à banda Sensible Soccers, levará ao palco o seu quarto álbum de originais, “Manoel”, que resulta da composição de bandas sonoras para dois filmes do realizador Manoel de Oliveira: “Douro, Faina Fluvial” (1931) e “O Pintor e a Cidade” (1956). O concerto incluirá a projeção dos dois filmes, constituindo o que o Auditório caracteriza como “um exercício de memória impactante e emocionante, num convite à reflexão sobre a identidade e o desenvolvimento da cidade do Porto”.
Entre os restantes espetáculos do trimestre inicial de 2022, o primeiro é o de João Paulo Esteves da Silva, que o Auditório de Espinho antecipa como “uma oportunidade irrecusável para ver atuar, a solo, um dos pianistas mais criativos da sua geração”, e segue-se depois a performance da Camerata Nov’Arte, que, sob a direção de Luís Carvalho, vai explorar a “monumentalidade” das sinfonias do compositor austríaco Anton Bruckner.
No palco sucede-se o sexteto de Mariana Zwarg, que representa a terceira geração de músicos que difundem a tradição da “música universal” criada pelo músico brasileiro Hermeto Pascoal, e depois haverá ainda o jazz hip-hop do português Fred Pinto Ferreira, que, após vários anos a trabalhar como baterista e produtor para grupos como Orelha Negra, Buraka Som Sistema e Banda do Mar, se lançou a solo em 2019 e este ano editou também “Madlib”, cuja designação oficial replica o nome artístico do norte-americano Otis Jackson Jr., a que o disco presta tributo.
Até final de março estão ainda previstos dois outros espetáculos, como o do premiado acordeonista João Barradas, que, com a Orquestra de Jazz de Espinho, apresentará algumas das suas criações próprias.
O outro concerto será protagonizado pelo tenor José de Eça e pelo pianista Luís Costa, cujo recital com obras do romantismo europeu se propõe “construir pontes entre a música e a palavra escrita” da primeira metade do século XIX, com base em dois exemplos de artes cruzadas: os “Três sonetos de Petrarca”, escritos pelo compositor húngaro Franz Liszt, e “Dichterlibe”, a história de amor assinada pelo alemão Robert Schumann.
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