Os pinguins-imperadores — os maiores do mundo — reproduzem-se no gelo. Desajeitados em terra, estes animais são vulneráveis ​​ao clima quente e aos ventos fortes que atravessam o gelo. E foi provavelmente o que levou à redução da colónia, nomeadamente em setembro de 2015, mês particularmente tempestuoso na área da Baía de Halley, na Antártida, com ventos fortes e gelo baixo.

Em anos regulares, os pinguins ficavam no local de abril a dezembro, quando os filhotes já tinham penas consideráveis, conta o The New York Times. Contudo, a tempestade ocorreu antes de estes terem idade suficiente para aguentar a intempérie. Segundo o estudo, estas condições podem ter levado à perda de cerca de 14.500 a 25.000 ovos ou filhotes no primeiro ano e a colónia ainda não recuperou. Têm sido "três anos de quase total falha na criação".

Todavia, a população de pinguins em Halley Bay representa apenas cerca de 8% da população mundial de pinguins-imperadores, pelo que o sucedido não representa uma ameaça para o futuro da espécie. (Cerca de 130 mil a 250 mil casais de pinguins-imperadores vivem em 54 colónias em todo o mundo.) Ainda assim, os investigadores britânicos que estudam pinguins nesta área desde 1956 afirmam que nunca viram um declínio desta magnitude.

Vários investigadores disseram ainda que imagens de satélite sugerem que muitos dos animais parecem ter-se mudado para uma colónia chamada Dawson-Lambton, a cerca de 56 quilómetros a sul, que registou um aumento de mais de dez vezes nos pinguins nos últimos anos.

O novo estudo mostra também a vantagem dos dados de satélite para registar espécies nas partes mais inacessíveis do globo, um vez que são um meio de vigiar os animais sem interferir no seu habitat.