Tem nome de actriz, mas desde os sete anos a cozinha é o seu palco preferido, a contracenar com tachos e panelas. Ela e Carla Vieira são as duas únicas raparigas num concurso (e num meio) povoado de homens. Ganhou o arroz em vinha d'alhos de Betriz Costa.
O primeiro prato que cozinhou na vida foi esparguete à bolonhesa. Pelo menos é assim que se lembra. De lá para cá passaram dez anos, tem 17, e a Didáxis, uma escola cooperativa de Vale S. Cosme, em Riba d'Ave, ensinou-lhe muito.
Beatriz inspirou-se na avó, Maria, e nas noites em Ribeirão, quando a casa se enchia de gente para a ouvir cantar o fado. A música tornou-se parte da sua memória e foi isso que quis transportar para a versão contemporânea deste prato tradicional que leva entrecosto estufado em vinho tinto e arroz em vinha d'alhos: retirou os ossos da carne e partiu-a, deu a volta à chouriça tradicional e polvilhou tudo com flores.
É fácil perceber-lhe o nervosismo, mas tem um ar ao mesmo tempo seguro e sereno enquanto cozinha e fala da sua experiência. Há seis noites que não janta outra coisa para tentar apresentar um arroz em vinha d'alhos perfeito nesta final na escola de hotelaria da AESAcademy, em Vila Nova de Famalicão.
Sabe que tem de amadurecer e quer ir para a faculdade estudar Restauração e Catering. Vila do Conde ou Viana do Castelo são as opções. Beatriz não sabia, nem ela nem os seus professores, mas em Setembro o Instituto Politécnico de Viana do Castelo abre um novo curso, a licenciatura em Gastronomia. Passa a ser mais uma hipótese.
A jovem cozinheira tem a noção de que a vida de um chef é difícil, sobretudo pelos horários, mas "agora, nada neste mundo é fácil", garante. O seu sonho é "ter uma vida sustentável", que para Beatriz significa nada mais do que "uma vida de que eu gostasse".
O próximo passo é representar o Minho no European Young Awards, em Galway, na Irlanda, já em Novembro, onde irá competir com jovens chefs e pratos tradicionais de outras regiões da Europa.
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