João Barbosa chegou aos ouvidos de um público internacional com os Buraka Som Sistema. Primeiro como Lil’ John, depois como J-Wow e desde há uma década como Branko. De uma pista do seu computador às pistas de dança, from Buraka to the World. É DJ, produtor, curador e assina inúmeras colaborações. À frente da editora lisboeta Enchufada, é a partir de Lisboa que assina e celebra o que chama de música eletrónica global. E é num dos bairros da capital que começamos por falar sobre uma "nova" Lisboa, da lusofonia e dos ritmos africanos.

Qual é o beat desta Lisboa de hoje? Bem sei que é uma pergunta complicada de se fazer sem uma mesa de mistura ao lado.

Era mais fácil de explicar com música, sim. Mas eu acho que é um beat que está na génese de uma série de tendências, ritmos ou padrões percussivos de toda a lusofonia. Não acho que haja propriamente um, mas se tivéssemos de escolher seria a kizomba. De todas as tendências que cresceram e que se desenvolveram dentro da lusofonia, a kizomba é aquela que teve um impacto comercial maior. É interessante ver como era encarada há dez anos, em que era uma cena super distante, e como hoje se transformou em música urbana.

Passou de suburbana a urbana.

Exato. Passou de música de diáspora a música de consumo. E acho esse trajeto muito bonito. [A kizomba] era uma coisa que toda a gente fazia questão de dizer que não gostava, não é? Toda a gente cool, de um certo meio artístico mais ocidental, fazia questão quase de atirar pedras. Mas, ao mesmo tempo, isso representa a ponta do icebergue. Se pensarmos o [caminho] que o kuduro já fez e a transposição da cena do kuduro angolano para o universo português e europeu... [o caminho] que Buraka fez... Não há propriamente um beat, há todos eles. Falamos no dia em que sai o disco do Dino Santiago e se a pergunta fosse qual o artista, e não o beat, facilmente conseguia dizer que é ele [a sonoridade da Lisboa de hoje]. E se for ouvir o "Mundu Nôbo", o disco tem tudo. Desde afrohouse até versões eletrónicas de ritmos como o batuque, mais tradicionais e que nunca tiveram propriamente uma transposição para um universo mais urbano.

E esta Lisboa precisa de um remix ou está bem como está?

Há uma série de emoções que se estão a viver e uma série de passos que estão a ser dados na direção certa... Existem já alguns pontos de ligação de uma Lisboa mais aberta, mais diversa e mais tudo a nível cultural. Mas, depois, a nível social e económico os passos ainda não estão dados. É preciso fazer música que interesse e que tenha relevância comercial, mas também cultural, e que nesse processo se consiga ir buscar tudo e mais alguma coisa que inclua a nossa cidade e os arredores. [Desta forma] acho que o remix é mais social que musical, é preciso trocar as pessoas que estão a mandar em coisas e que deveriam ter a mente mais aberta e que poderiam fazer a diferença.  

"Lisboa já não é uma versão filtrada de várias coisas, [permite] que tudo seja o que é originalmente"

Hoje, quais são as principais diferenças no panorama musical em comparação com o momento em que a Enchufada e os Buraka surgiram?

Há muito mais contexto. Os artistas cresceram, a música cresceu, a cidade cresceu, o país cresceu... Há uma série de crescimentos que foram benéficos. Houve uma crise e agora um pós-crise. E essa crise fez-nos olhar mais para dentro. E no olhar para dentro, no procurar os recursos que estão à nossa volta, muitas vezes por limitação... por exemplo, a nível de clubs... O facto de um club deixar de ter tanto orçamento para contratar constantemente DJ's internacionais e focar-se mais nas cenas que estão à sua volta... Todos esses movimentos contribuíram para que de repente conseguíssemos olhar e valorizar mais o que é feito na cidade e conseguir dar-lhe lugares de destaque.

Quando saiu o "From Buraka to The World”, em 2006… não é por acaso que o nome do EP é em inglês. Tentámos fazer as coisas à nossa maneira mas também tínhamos consciência de que era preciso tratar as coisas com uma certa “layer" — acho que a palavra em inglês é mais correta que camada. A música, e talvez a identidade do próprio grupo, em 2006, 2007 ou 2008, nasceu da necessidade de adaptação de um som que era duro demais para uma pista de dança de Lisboa e que nós tivemos que por mais bonitinho. Sinto que se calhar hoje existia espaço para isso não ter de acontecer. Lisboa já não é uma versão filtrada de várias coisas, [permite] que tudo seja o que é originalmente.

Mas também o é porque vocês, Buraka, ajudaram a que assim o fosse. Pelo menos, musicalmente, desbravaram caminho. 

Se calhar foi preciso esse caminho introdutório, a uma série de níveis… da banda, da editora... Transformar os sítios, chegar a pessoas e sítios onde não havia esse hábito e criar conexões. Um dos projetos iniciais da Enchufada eram as Hard Ass Sessions onde, enquanto editora, desafiávamos uma série de Djs produtores que estavam a dar cartas no meio da música urbana inglesa, francesa, etc, a fazer aquilo que seria a visão deles do kuduro. No fundo, tudo isso foram exercícios de mudança. Exercícios que obrigaram as pessoas a olharem para fora e conseguirem ver, e valorizar, o que estava cá dentro. E que foram correndo bem porque, acho, foram honestos.

E o que é a música eletrónica global?

Da forma mais simples possível, sem tentar explica muito ou pouco, porque [é algo que] pode ser deste ou deste tamanho [gesticula, no sentido de maior ou menor]... Música eletrónica global é a mistura da música tradicional com a música eletrónica. Quando usas o computador para reinterpretar ritmos e padrões, coisas que vêm de um universo mais world music para uma pista de dança. A beleza disso tudo está quando tens um miúdo de 16-18 anos num quarto a tentar reinterpretar um ritmo que faz parte do seu background num computador. Uma coisa que, a meu ver, é super pura. Não é muito adulterada, ele não tem de ter falado com nenhuma editora antes, não tem de que ter assinado nenhum contrato, não tem que ter feito nada. Basicamente só tem que ter arranjado uma versão crackada de um software, tê-la instalado no computador e colocado uma ideia que tinha na cabeça em prática. A música que daí sai é muito virgem.

créditos: Rita Sousa Vieira | MadreMedia

No fundo, essa é a tua história.

É um bocadinho. Só que eu fui buscar um background que não era meu, mas que era o background do sítio onde cresci e que estava presente em todo lado. Mas sem dúvida. Isso adapta-se a mim e adapta-se a todos os produtores que cresceram connosco nos últimos dez anos. 

E tens casos de miúdos, das zonas periféricas de Lisboa, que se revejam na tua e na história dos Buraka e te enviem coisas para ouvires e para dares o teu feedback? Que te perguntem se aquele é o caminho certo, por onde é que podiam avançar ou onde é que se podiam fazer ouvir... Ainda que hoje seja mais fácil fazer-se ouvir ou ter plataformas onde mostrar trabalho.

Recebo e recebemos muita música mas não ainda não existe um caminho ou um formato concreto que toda esta música tem de seguir para chegar às pessoas que a poderão querer ouvir. Principalmente hoje em dia, em que as plataformas de divulgação de música e cultura estão constantemente a mudar, por isso fica sempre complicado tentar dar algum tipo de direção ou indicações de onde e como se devem fazer ouvir.

"A música está sempre primeiro do que a história"

Mas já tivemos muitos casos em que chegámos a artistas e a música que acabámos por editar dessa forma. Tentando concretizar aquilo que estás a dizer com a realidade... Temos [na editora] um artista, o Dotorado Pro, que tem um tema enorme, o "African Scream", que na minha opinião é o hino de tudo o que aconteceu nos últimos anos em termos de afrohouse em Lisboa. O exemplo perfeito de música com as características de algo completamente marginal que conseguiu chegar aos quatro cantos do planeta terra, com uma quantidade de visualizações idiota e pessoas a fazer vídeos de dança vindas dos dos quatro cantos do mundo. Para além de criar música brutal, o Dotorado Pro, angolano a viver em Setúbal no bairro da Bela Vista, tem uma visão e uma identidade muito vincada em toda a música que faz, que o distingue totalmente de tudo o resto e no caso dele essa foi a chave para chegar onde chegou.

Quando recebo música tento ouvir primeiro antes de tudo e mais alguma coisa, a primeira etapa é sempre que a música valha por ela própria, depois é que vou ver a história a seguir. Prefiro ouvir a música, porque, no fundo é com ela que o artista vai chegar às pessoas. Prefiro fazê-lo de forma descontextualizada, porque um EP não é uma exposição, com uma folha de sala que explica o contexto... "este quadro nasceu quando o pintor...". A música chega — e pode chegar por um algoritmo do Spotify — e tu ou gostas ou não gostas. Se gostas, eventualmente, à sexta vez que ela te aparece à frente ouves e vais investigar de quem é e de onde vem. Este exercício foi sempre uma característica muito forte da Enchufada: a música está sempre primeiro do que a história.

"As coisas não são pensadas com um business plan, são pensadas para criar tendências"

E a música tem fronteiras?

Acho que não tem. Na minha opinião, a inovação musical, a existir, no futuro, será feita pela quebra de fronteiras e pela mistura de culturas e ideias.

Então, por exemplo, como é que a música eletrónica — e eletrónica de cariz global — vai lidar com o Brexit?

Há todo um circuito de música house, techno... muita coisa sediada em Londres, em Berlim ou noutros sítios, que economicamente vai sofrer uma quebra. De comunicação entre os artistas, entre os clubs ou entre as editoras. Isso vai sentir-se, inevitavelmente. Em termos da criatividade, e passo mais para aquilo que é a minha música eletrónica, sinto que [o Brexit] não é um conceito tão importante quanto isso. A música nasce porque as pessoas se sentem confortáveis a fazê-la e porque em determinada altura sentem que aquele é o caminho certo. Sem que haja uma pressão. Como falava há pouco, um miúdo de vinte anos que está no quarto a reinterpretar um ritmo cabo-verdiano não está a pensar se vai fazer uma coisa mais calma ou mais intensa porque vai ter espetáculos em Inglaterra. As coisas não são pensadas com um business plan, são pensadas para criar tendências. Sentas-te em frente ao computador para inovar ao ponto de fazeres uma coisa que ninguém fez e que depois toda a gente vai atrás. E daí, se Inglaterra vem atrás ou não... Obviamente que existe toda uma indústria musical aí sediada, mas havendo as pessoas certas e os eventos certos — ou as pessoas certas nos sítios certos — para conseguirem individualizar e valorizar...

Mas pensado em termos da curadoria musical, que também fazes, o Brexit pode criar algum tipo de desafios ou barreiras?

Eu estive dez anos com uma banda em que algumas pessoas tinham nacionalidade angolana e tinham de pedir um visto de trabalho anual para tocar em Londres. Isto foi "agora", há cinco-seis anos.

"Talvez vá deixar de ser automático pensar em Londres como "o" sítio para fazer as coisas"

O Kalaf relata essa realidade no seu último livro, "Também os Brancos Sabem Dançar"...

Nesse caso tinha a ver com o norte da Europa, com países fora do Acordo de Schengen e não chegava o acordo de residência que ele tinha a nível nacional. Tivemos uma série de concertos, no início, em que só fomos eu e o Rui [Pité]. Deixava de ser um concerto e passava a ser um DJ set porque à última da hora não havia condições para a banda viajar. Essas lutas aconteceram. Agora que falas em curadorias, tivemos os KOKOKO!, um grupo do Congo, da cidade de Kinshasa, que tiveram para não conseguir sair do país porque não conseguiam um visto para o Espaço Schengen. Tiveram de ser os promotores das cinco-seis datas da tour a fazerem um esforço conjunto de tentar escrever o máximo de cartas de recomendação, e tudo e mais alguma coisa, para que se conseguissem ter uns vistos fora do normal para o grupo atuar na Europa — e felizmente conseguiu-se. Essa realidade já existe, [e com o Brexit] vai tornar-se mais complicada. Talvez vá deixar de ser automático pensar em Londres como "o" sítio para fazer as coisas. Hoje se penso em lançar um disco, inevitavelmente penso que, nesse processo, tenho de ter uma noite relevante em Londres. Com o andamento da carruagem pode deixar de acontecer.

E também se colocam desafios, neste cenário, a Lisboa? Pode-se posicionar como uma alternativa a Londres?

Acho que sim, mas há outra consequência que pode ser muito boa... Agora que falaste nisso, lembrei-me: há toda uma geração de criativos que foi para Londres, com a crise, e que pode agora ver-se obrigada a voltar para Portugal. Espero que muitos voltem e que tragam consigo todo o trabalho bonito que têm andado a fazer e toda a experiência e know how de forma a conseguirem ajudar a reabilitar toda a indústria criativa [nacional]. Mas eu acho que Lisboa já é a alternativa da Europa inteira. Num projeto super antigo com o Kalaf, o One Week Project, de um disco que nunca saiu, tínhamos um refrão que dizia "we are the best kept secret". Lisboa era dos segredos mais bem guardados em termos de potencial turístico — e de repente já não é.

créditos: Rita Sousa Vieira | MadreMedia

Dia 27 de outubro, no Porto, acontece a segunda "Enchufada na Zona". O que é que podemos esperar e o que é que está na raiz desta festa? São dez horas de música...

Onze! Porque a hora muda. Onze horas, oito artistas e duas salas. 

Este evento, que aconteceu pela primeira vez o ano passado, em Lisboa, está relacionado com um programa de rádio que fazemos mensalmente para a rádio londrina NTS e com uma compilação que saiu o ano passado — a 7, do 7, de 2017 — chamada "Enchufada na Zona" e que [agregava] pontos de contacto entre o que estava a acontecer na vida da editora e no panorama musical que nos interessa. Apesar de termos curadorias e residências — no Maus Hábitos, no Porto, e no B.Leza, em Lisboa —, essas noites acabam por ter a sua própria história e sentíamos que precisávamos de fazer um evento que refletisse a história da editora. Ou seja, a transposição do que está acontecer a nível de catálogo para uma noite anual. A primeira ["Enchufada na Zona"] foi em Lisboa, agora será no Porto.

Hard Club (20h30 - 00h30)
- Branko
- Dino D'Santiago
- Izem
- PEDRO
- Rastronaut
- Progressivu

Maus Hábitos  (00h00 - 06h00)
- PEDRO
- Rastronaut
- Progressivu
- Buruntuma
- Pedro Mafama

Bilhetes à venda nos locais habitais. O passe Hard Club + Maus Hábitos tem o valor de 10,00euros e o bilhete para o Hard Club custa 7,50 euros, aumentando no próprio dia para 10,00 euros.

A escolha do Porto vem na sequência da residência no Maus Hábitos, chamada "Enchufada no Maus", que se foca muito no nosso lado mais noturno, mais DJ, mais entre as duas e as seis da manhã — e por isso sentimos que fazia falta dar o outro lado, dos concertos. Então pensámos que perfeito era ir buscar o conceito do evento de Lisboa e transpô-lo para o Porto, criando uma coisa mais extensa a acontecer em duas salas [Hard Club e Maus Hábitos], quase como num mini festival que agrupa a energia das nossas noites na cidade. Obviamente que se fala muito na narrativa da noite de Lisboa, mas acho que o Porto ainda tem muito a dar.

Quem é o público das vossas noites?

Em brincadeira, quase em conversa interna, costumo dizer que nos últimos tempos estamos quase a ter um Enchufada 2.0. Senti que, de alguma forma, o público se renovou. Existia o público do boom Buraka e, de alguma forma a coisa dispersou-se. Acabámos por conseguir renovar e reacender a chama com artistas novos e com todo um conjunto de ideias, de noites, de artistas e de edições, e ir buscar uma nova geração, mais nova e que sai à noite e se quer relacionar com a música de uma forma muito interessante e muito completa. Querem ir consumir música e fazer parte do evento.

Ambos os eventos, no Maus Hábitos e no B.Leza, são muito completos, em que a pista de dança faz parte do palco e vice-versa. Às tantas, olho à volta e tanto posso ter [ao meu lado] a pessoa que vai tocar a seguir como alguém a dançar. Concentram um pouco uma faixa etária que sente que os nossos eventos são uma espécie de local seguro de celebração da dança, da diversidade, da liberdade de escolhas e de tudo e mais alguma coisa. Consegues ver pelo sorriso das pessoas e, por isso, uma coisa que adoro fazer é ver as fotos dos eventos. Ver as caras, as danças... é um público super expressivo. 

"Existia o público do boom Buraka e, de alguma forma a coisa dispersou-se. Acabámos por conseguir renovar e reacender a chama com artistas novos e com todo um conjunto de ideias"

2018, e ainda vamos em outubro, foi um ano em cheio para ti. Produção do disco do Carlão e do Dino, atuação no final da Eurovisão do 'supergrupo' Nova Lisboa, estreia em televisão da série documental "Club Atlas", curadoria no NOS Alive e no Lisboa Dance Festival... Qual o teu maior objetivo, a esta data, para a Enxufada ou enquanto produtor?

É conseguir contar, em formato de música, de banda sonora, a nossa versão da história e aquilo que se vive na cidade de Lisboa, e nas adjacentes. Contar cá dentro e lá fora. Existem ritmos e géneros musicais que ainda vão dar muita conversa e que podem chegar a muito lado. Se pensar num objetivo de vida, não só de música, essa é uma coisa que gostava de potenciar ao máximo: tentar criar uma frente de música, independentemente de ser cantada ou não em português, mas que vem de sítios onde se fala — e que essa música consiga celebrar tanto os ritmos e os géneros tradicionais, ou a fusão desses com o que é moderno, como acontece no mundo latino. 

Houve uma explosão da música latina. E as tabelas musicais não ficaram indiferentes. Até a Beyoncé se quis juntar. O é que precisamos? É isso, uma Beyoncé acordar para estas 'nossas' sonoridades?

Falta experiência, faltam pessoas, faltam profissionais que consigam ter a visão e a amplitude que alguém nesse mercado latino teve. Mas o jogo está a mudar: por exemplo, não há nenhuma tabela do Spotify que não tenha uma música de baile funk nas mais ouvidas. Se bem que o baile funk ainda está a chegar numa forma muito individualizada. No entanto, há maneiras de conseguir chegar de forma mais abrangente à música que fala português. O que está a acontecer com o baile funk pode ser um dos primeiros passos, se pensares no reggaeton do Daddy Yankee com a "Gasolina" de há quinze anos atrás... era só o reggaeton de Porto Rico que estava a ser celebrado. Mas depois houve uma explosão global desses ritmos latinos, ao ponto de artistas do mundo todo passarem a considerar esse ritmo para as suas músicas. Talvez esse tempo seja necessário, talvez o que está a acontecer com o baile funk precise de enraizar tanto de forma a chegar a pessoas em pontos importantes da indústria musical para que daqui a dez anos haja esse insurgimento total de música a vir da lusofonia. 

E alguém, um dia, disse que eras o Bourdain da música.

Eu acho que fui eu.

Foste tu?

Acho que sim, e que depois usámos isso num press release.

Qual é o melhor sítio para aconchegar o estômago depois de uma noite na pista?

Há vários sítios e várias perspectivas, dependendo da hora.

Quem sai ali numa noite no B.Leza.

Isto acabou por sair no documentário e tudo. O melhor sítio é na Casa Cid, tem umas petingas ótimas. Mas há vários sítios, e Lisboa ainda podia ter mais, com noites que se estendem até tão tarde... Pensando numa Lisboa de há dez anos, e não sei se hoje ainda se mantém da mesma forma, uma das experiências mais cool da vida era ir aos bolos depois de uma noite. 

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