Uma exposição e um colóquio assinalam, no dia 11 de novembro, o centenário do nascimento da escritora Odette de Saint-Maurice (1918-2018), numa iniciativa do município de Óbidos, através da biblioteca municipal.
A exposição, com inauguração marcada para 14:30, ficará patente até ao dia 30 de novembro na casa José Saramago, antiga casa do Pelourinho.
A mostra sobre a escritora abrirá com a atuação do Coral Alma Nova e o programa divulgado pela autarquia seguirá com um colóquio no auditório municipal da Casa da Música, subordinado ao tema “Odette de Saint-Maurice no centenário do seu nascimento”.
Com início às 15:30, o colóquio terá como convidados o compositor e intérprete Frei e Vicente (com quem a escritora viveu nos seus últimos anos), o maestro Vitorino d’Almeida (que foi casado com uma das filhas da autora), Pedro Barroso e os atores Nunes Forte e Cecília Guimarães.
A comemoração engloba ainda uma missa no Santuário do Senhor Jesus da Pedra e um momento musical por Frei e Vicente, a que se deu o nome de “Canção em Viagem”.
Odette Passos y Ortega Mas de Saint-Maurice nasceu em Lisboa, a 12 de novembro de 1918, e foi autora de numerosas obras, inicialmente no género romance e peças para teatro radiofónico, especializando-se mais tarde na literatura juvenil, com títulos como “Um rapaz às direitas”, “Sou uma rapariga de liceu” e “As meninas do andar de cima”, espelhando modos de vida da sociedade portuguesa, nos anos de 1950-1960.
Foi casada com o médico pediatra Constantino Ferreira Esteves, de quem teve duas filhas: Maria Armanda de Saint-Maurice Ferreira Esteves e Maria José de Saint-Maurice Ferreira Esteves.
A primeira casou-se com António Victorino de Almeida, sendo a escritora avó materna das atrizes Maria e Inês de Medeiros.
Após separação, Odette de Saint-Maurice retirou-se para Fátima, onde conheceu Frei e Vicente, com quem viveu os últimos anos da sua vida.
O casal fixou-se em Óbidos, em 1987, depois de terem conhecido a vila por ocasião de espetáculos que Frei e Vicente fez na região.
Odette de Saint-Maurice chegou mesmo a escrever uma canção sobre Óbidos, um poema que viria a ser editado em disco em 1986, com música de Frei e Vicente e orquestração do maestro José Calvário.
O casal abriu uma casa com um piano bar no bairro junto ao Senhor Jesus da Pedra, e desenvolveu um projeto cultural nas escolas, em que a escritora falava sobre autores portugueses e Frei e Vicente acompanhava à guitarra.
A escritora está sepultada em Óbidos, onde vivia à altura da morte, a 05 de janeiro de 1993, com 74 anos.
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