“ABC da Guerra” é concebido e conduzido pelo artista, ensaísta e professor universitário João Sousa Cardoso, a partir da leitura e da análise de obras da dramaturgia moderna e contemporâneas relacionadas com o tema, segundo informação divulgada pelos organizadores.
O ciclo arranca hoje, com a primeira sessão consagrada à obra “Pai e Filho falam da Guerra”, de Karl Valentin (1947).
As sessões têm regularidade mensal e entrada gratuita, e não obedecem a um roteiro cronológico ou ilustrativo, podendo a temática ser pontualmente abordada pelo seu avesso ou por linhas tangenciais onde a condição da guerra funciona como pano de fundo, como acontece com “As Espingardas da Senhora Carrar”, de Bertolt Brecht (que encerra o programa), ou onde o conflito social é de ordem económica ou cultural.
Na primeira temporada, estão previstas sessões dedicadas às obras “Mauser”, de Heiner Muller (1970), no dia 4 de fevereiro, “Os Negros”, de Jean Genet (1958), a 4 de março, “O Império do Oriente”, de Jorge de Sena (1964), no dia 15 de abril, “Museu vivo de memórias pequenas e esquecidas”, de Joana Craveiro (2015), a 6 de maio, “Verão e Fumo”, de Tennessee Williams (1948), e “Tão só o fim do mundo”, de Jean-Luc Lagarce (1990), nos dias 3 e 24 de junho, respetivamente.
O ciclo regressa depois a 30 setembro, com “Ruínas”, de Sarah Kane (1995), seguido de “Tina M.”, de Eduarda Dionísio, no dia 28 de outubro, para terminar a 18 de novembro com a obra de Brecht.
Em cada sessão, a análise do texto cabe a João Sousa Cardoso, estando uma parte do tempo reservada para momentos de leitura do texto, numa interpretação do ator, em diálogo com a reflexão crítica.
O projeto propõe-se criar um círculo de leitura que promove, numa experiência coletiva, o estudo analítico e crítico de textos da história do teatro dos últimos cem anos, vocacionado para todo o tipo de público.
A conferir unidade a estes encontros, a artista visual Ana Pérez-Quiroga criou um ambiente cenográfico sumário que incita a imagens mentais da guerra.
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