Com produção do Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), esta segunda edição integra trabalhos da coreógrafa e bailarina Cláudia Dias, da dupla brasileira Dori Nigro e Paulo Pinto e da encenadora e atriz Raquel Castro. O ciclo tem curadoria de Fernando Matos Oliveira e de Isabel Costa.
“E se pudéssemos assombrar o futuro com ideias e desejos para o mundo? E se lhe pudéssemos pedir para nos inspirar, nos mostrar caminhos possíveis? Será este o trabalho de alguns artistas que fazem performance arte”, antecipa sobre “Futuros e assombrações”, o TAGV, em comunicado.
As três criações assinadas pelos quatro artistas “têm em comum pôr em cena as suas preocupações mais imediatas”, num “diálogo com o que os rodeia”, acrescenta a organização.
Ao longo dos três dias, procura-se “mapear e apresentar artistas que se dediquem à performance arte”, refletindo sobre o “passado e o presente da performance em Portugal”.
“Futuros e assombrações” vai explorar “o caráter expandido que caracteriza esta forma de arte hoje”, um exercício que convoca “as artes visuais, a música experimental e as artes performativas como a dança e o teatro”, às quais se juntam “diversas formas de ativismo social e artístico”.
O ciclo começa na quinta-feira, às 18:30, com a conferência-performance “Uma retrospetiva 2013-2023”, em que Raquel Castro apresenta uma exposição e de um conjunto de performances que criou com a coreógrafa Mariana Tengner de Barros ao longo de dez anos.
A atriz e encenadora recorda na Sala B do TAGV o trabalho experimental em que lança um olhar sobre “o presente vivido em sociedade, nomeadamente as transformações da cidade de Lisboa, a sua gentrificação e aumento exponencial do turismo”.
Ao Colégio das Artes, a dupla Dori Nigro e Paulo Pinto leva uma performance em que “ressoam as sobrevivências dos corpos do sul global no norte dominante”, a partir de um alimento básico que se assume enquanto elemento afetivo: a mandioca.
O espetáculo chama-se “Tá Pió Cá”, acontece no dia 18 de outubro e conta com a participação especial do percussionista brasileiro Okan Kayma.
A fechar o ciclo, o auditório do TAGV acolhe no dia 19 de outubro “O fim do mundo… Ou então não”, de Cláudia Dias.
A performance inspira-se no relógio do fim do mundo, criado por alguns cientistas do Projeto Manhattan em 1947.
Em 2020 estávamos a 100 segundos da meia-noite simbólica, “o mais perto do fim que alguma vez o relógio marcou”, nota a criadora.
Em “O fim do mundo… Ou então não”, Cláudia Dias junta-se a Vasco Vaz e Miguel Pedro para “imaginar o futuro imediato e passar a meia-noite. Talvez o fim deste mundo seja apenas o começo de um mundo novo”, conclui.
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