A 71.ª edição do festival francês abrirá com "Todos lo saben", primeiro filme em espanhol do realizador iraniano Asghar Farhadi, que está também em competição.

Da seleção oficial, na secção "Un certain regard", faz parte o documentário "Chuva é cantoria na aldeia dos mortos", de João Salaviza e Renée Nader Messora, rodado numa aldeia do povo Krahô, no Brasil. O filme fará a estreia mundial em Cannes, onde João Salaviza venceu em 2009 a Palma d'Ouro com a curta "Arena".

Na Semana da Crítica estarão presentes "Diamantino", primeira longa-metragem de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, e a curta-metragem "Amor, Avenidas Novas", de Duarte Coimbra, enquanto no programa dedicado aos clássicos do cinema internacional, será exibida uma versão restaurada de "A ilha dos amores", de Paulo Rocha.

Fora de competição estreará o filme "O grande circo místico", do realizador brasileiro Cacá Diegues, rodado em Portugal e com atores portugueses no elenco, nomeadamente Nuno Lopes, Luísa Cruz e Albano Jerónimo.

Nesta edição, a competição oficial incluirá, entre outros, "Le livre d'image", de Jean-Luc Godard, "BlacKkKlasman", de Spike Lee, "Dogman", de Matteo Garrone, "Three Faces", de Jafar Panahi, e "Summer", de Kirill Serebrennikov.

Num gesto político internacional, o festival convidou e conta ter em Cannes o realizador iraniano Jafar Panahi e o russo Kirill Serebrennikov, que têm sofrido pressões políticas nos respetivos países.

Fora de competição, assinala-se o regresso de Lars von Trier, com o filme "The house that Jack built", sete anos depois de o realizador dinamarquês ter sido declarado ‘persona non grata’ pelo festival, por ter feito declarações de simpatia por Adolf Hitler.

Em Cannes acontecerá ainda a estreia de "Solo: A Star Wars story", de Ron Howard, um novo filme que deriva da saga "Guerra das Estrelas", e recordar-se-ão os 50 anos de "2001: Odisseia no Espaço", de Stanley Kubrick.

Este ano, a produtora e plataforma de 'streaming' Netflix decidiu não apresentar qualquer filme em Cannes, em resposta a uma nova regra imposta que proíbe a escolha de filmes que não tenham distribuição em sala no circuito francês. Ainda assim, Cannes mostrou-se disponível para negociar.

Há ainda outra estreia a registar em Cannes. "Rafiki", da jovem realizador Wanuri Kahiu, é a primeira produção queniana a chegar ao festival, mas esta história de amor entre duas mulheres foi censurada no Quénia, onde a homossexualidade é ilegal.

Para o encerramento, Cannes escolheu "O homem que matou D. Quixote", projeto antigo de Terry Gilliam agora concretização, mas cuja estreia mundial no festival, no dia 19, está pendente por causa de uma ação interposta pelo produtor Paulo Branco.