"Nós vivemos um tempo - tal como estamos a viver uma transformação do cinema e da cidade - em que temos que pensar a transformação da Cinemateca e o nosso esforço quotidiano é esse", disse José Manuel Costa à agência Lusa, à margem do colóquio "O Cinema e a Cidade" que decorre hoje e na sexta-feira em Lisboa.
A Cinemateca organiza este colóquio no âmbito de um programa alargado que pretende refletir sobre as mudanças nas salas de exibição de cinema, a relação destas com os locais onde estão inseridos e com os públicos que os frequentam.
O objetivo é "perceber o que está a ser esta transformação do espetáculo cinematográfico que está à nossa frente, e que às vezes é difícil ganhar recuo quando as coisas estão a acontecer há muito pouco tempo", sublinhou o diretor da Cinemateca.
Sem especificar como vai ser o orçamento da Cinemateca para 2018, José Manuel Costa disse que a instituição cultural se esforça por "manter uma identidade que é específica" e ao mesmo tempo quer "propor coisas à cidade" e responder-lhe.
O programa "O Cinema e a Cidade" começou em setembro e prolongar-se-á até novembro com a exibição de dezenas de filmes que se debruçam sobre essa temática.
De acordo com José Manuel Costa, a Cinemateca quer alargar o debate a todo o país.
"O desafio é que em todo o país onde haja entidades, grupos, pessoas que queiram também ter este debate nas suas localidades que nos desafiem, ao longo de todo o ano, levar estar conversa ao país. Estamos interessados e disponíveis para levar", disse.
José Manuel Costa sublinhou que "estão a surgir novos fenómenos interessantes que recusam o mero fecho do espetador em frente ao computador".
"É importante perceber a história e tentar ver dentro da evolução quais as soluções, novas ideias que possam estar a surgir, que não pensem em restaurar contextos que são impossíveis de restaurar e pensem inventar soluções dentro do contexto atual", afirmou.
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