O espetáculo com que a CPBC assinala o centenário de nascimento da poetisa, no Porto, em novembro de 1919, marca também o “renascer das cinzas” da companhia fundada em 1998 e “arrasada” em 2014 quando, apesar de pontuação positiva do júri, viu recusados apoios públicos nos antigos concursos plurianuais da Direção-Geral das Artes (DGArtes), disse, em fevereiro último, à agência Lusa, Vasco Wellenkamp, diretor artístico e um dos fundadores da Companhia.

Com coreografia de Vasco Wellenkamp e Miguel Ramalho, “Na Substância do Tempo” divide-se em três partes – “Em Redor da Suspensão”, “Outono” e “Requiem” — a primeira, sobre música de Sergei Rachmaninoff, a segunda, a partir da 5.ª Sinfonia de Mahler e, a última, com a “Sinfonia de Requiem”, de Benjamin Britten.

O espetáculo de homenagem à primeira autora portuguesa a receber o Prémio Camões (1999), que terá novas apresentações nos três dias seguintes, no Teatro Camões, será também apresentado, em 13 de dezembro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Fórum Cultural José Manuel Figueiredo (Moita), dia 27, Fórum Municipal Luísa Todi (Setúbal), dia 31 de maio, Teatro Municipal de Bragança, em 07 de setembro, e Convento São Francisco (Coimbra), em 29 de novembro, são salas onde a CPBC apresentará o espetáculo.

Com um repertório centrado no bailado contemporâneo, a companhia cofundada por Graça Barros e pelo bailarino e coreógrafo que agora a dirige, já estreou mais de 50 obras.

O regresso da CPBC aos palcos surge de uma parceria de três anos estabelecida com a seguradora Allianz, que permitirá à Companhia continuar a apostar numa programação cultural regular.

“Este apoio para nós é o renascimento da companhia, é o retomar da carreira. Estamos numa fase que é um recomeço. Os bailarinos estão a viver uma nova fase de grande entusiasmo”, afirmou em fevereiro, na apresentação da parceria, o diretor da Companhia.

Além das exibições marcadas para “Na Substância do Tempo”, há ainda uma possível atuação em Itália, apesar de a Companhia só ter começado a preparar o repertório este ano, o que faz com que esteja atrasada para marcar teatros, disse Vasco Wellenkamp, quando da apresentação do novo ciclo da companhia.

“Para o ano, começamos a marcar já [apresentações], e depois vamos ganhando dinâmica própria”, afirmou então o coreógrafo, sem esconder a comoção por ver renascer a companhia que fundou.

“O mais importante de tudo, foi esta força, o voltar a acreditar. Sinto-me de novo entusiasmado, como há 40 anos”, disse, em fevereiro, o responsável da Companhia, afirmando querer continuar na mesma linhagem do Ballet Gulbenkian, onde foi bailarino e coreógrafo.

Em 2014, a coreografia de Vasco Wellenkamp, para a CPBC, “Fado Ritual e Sombras”, foi distinguida, na Holanda, com o Prémio do Público para o Melhor Espetáculo de Dança (Danspublieksprijs), entre 65 espetáculos apresentados no país, durante esse ano.

O bailado tinha estreado, no ano anterior, numa coprodução com a companhia holandesa Internationaal Dansetheater (IDT).

Vasco Wellenkamp iniciou-se na dança em 1961, nos Bailados Verde Gaio, ingressou no Ballet Gulbenkian, em 1968, e estudou na Escola de Dança Contemporânea de Martha Graham, em Nova Iorque.

Foi professor-coordenador da Escola Superior de Dança de Lisboa e diretor da Companhia Nacional de Bailado, até 2010.

Trabalhou com companhias como o Ballet Guaíra, da Argentina, Ballet Contemporâneo do St. Martin’s Theatre e com Extemporary Dance Theater, de Inglaterra, Ballet du Grand Théâtre de Gèneve, Suíça, Balleto di Toscana, Itália, Companhia de Bailado do Teatro de Zagreb, Croácia, e com o Ballet da Ópera de Graz, na Áustria.

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