"Ao celebrar o passado, estamos a celebrar e a aplaudir o trabalho que os nossos antecessores fizeram, mas temos que fazer algo para que quem nos suceda possa ter orgulho nos anteriores. Não podemos ficar apenas a celebrar, a contemplar e a preservar o passado. Temos de fazer, construir, mudar, atualizar", disse Luís de Matos, que falava à agência Lusa à margem do debate internacional FOR1C: Uma Capital Europeia da Cultura no Século XXI, que decorre no Convento São Francisco.
Para o líder do Grupo de Trabalho de Coimbra Capital Europeia da Cultura 2027, a candidatura é também uma oportunidade para a cidade se transformar e atualizar.
Segundo Luís de Matos, toda a comunidade está mobilizada e envolvida na candidatura.
Afirmando que há a ideia de que todos "estão muito desencantados e que ninguém participa", Luís de Matos assegurou que isso "não é verdade. Quando o apelo é franco, sincero e entusiasmado, as pessoas correspondem".
"Não houve uma única reunião que nos tenha sido negada, não houve um único agente cultural que tenhamos contactado que não tenha querido reunir connosco, tendo trazido ideias de forma proativa", afirmou, considerando que todos têm tido "a vontade de fazer a diferença".
Questionado sobre as linhas de força da candidatura, Luís de Matos referiu que ainda não é o momento para as decidir, ainda para mais por o calendário das candidaturas para a Capital Europeia da Cultura 2027 ainda não estar definido.
"Queremos manter primeiro um contacto muito direto com a comunidade, ver o que foi feito e não o que vamos fazer. Não queremos que as pessoas sintam que isto está decidido, porque não está. Não está fechado de todo", salientou.
De acordo com o líder do grupo de trabalho, o momento agora é de escuta e de auscultação da comunidade e dos agentes da cidade e da região, referindo que, depois do debate que decorre hoje no Convento São Francisco, a equipa pretende criar uma série de eventos da mesma natureza, focados em áreas mais específicas, como, por exemplo, o urbanismo.
Luís de Matos referiu ainda que, após uma reunião com a ministra da Cultura, foi-lhe comunicado que o Governo vai fazer um esforço no sentido de que, antes do verão, todas as cidades portuguesas com intenções de se candidatarem possam ter mais informações sobre o processo.
A candidatura de Coimbra é apoiada pela Universidade de Coimbra (UC), por deliberação unânime do Senado, e pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, que integra 19 municípios.
Além de Luís de Matos, integram o grupo de trabalho o médico social-democrata Nuno Freitas, o deputado municipal da CDU e antigo diretor do Conservatório de Música de Coimbra, Manuel Rocha, o antigo vice-reitor da UC para a área do turismo, Luís Menezes, o ex-diretor regional da Cultura do Centro Pedro Pita, e a antiga vice-reitora da UC Cristina Robalo Cordeiro.
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