Depois de suspender a sua programação e encerrar ao público a 12 de março, Serralves reabre portas no Dia Internacional dos Museus pelas 10:00, com entrada gratuita, e com programa vasto que convida as pessoas a um “reencontro com os seus múltiplos espaços de características únicas”, anunciou a instituição, em comunicado.
Um dos destaques é a inauguração, pelas 18:00, da mostra “Lourdes Castro: A vida como ela é”, artista que regressa ao museu depois de duas exposições, em 2003 e 2010.
Serralves define-a como uma das artistas plásticas “mais relevantes” na arte contemporânea portuguesa.
Nascida em dezembro de 1930, no Funchal, tem uma obra pioneira, marcada pela ligação à natureza, expressa em séries como "O grande herbário de sombras" (1972), e a fundação do grupo artístico e revista "KWY" (1958-1963), em França.
Em 1992, a Fundação Calouste Gulbenkian dedicou-lhe uma retrospetiva, intitulada "Além da Sombra", instituição onde voltou em 2015, para mostrar "Todos os livros" de artista, que produziu.
Em 2016 mostrou, na Culturgest, em Lisboa, o conjunto de 36 cadernos que tinha vindo a preencher, desde 1963, com imagens e textos, a que chamou "Álbum de Família" e, em 2019, levou à Fundação Carmona e Costa, também em Lisboa, um grande núcleo de obras inéditas, suas e em parceria com o artista Manuel Zimbro, que tinha por centro a vida de ambos na Quinta do Monte, no Funchal.
Distinguida com o Grande Prémio Arte EDP, os prémios Vieira da Silva – Artes Plásticas Consagração e Associação Internacional de Críticos de Arte, recebeu ainda o Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes.
Em Serralves, segundo o programa da instituição para segunda-feira, vai ser lida uma carta de Lourdes Castro pelo curador da mostra, Ricardo Nicolau. Seguir-se-á uma conversa sobre a obra da artista, entre o curador e o artista visual Francisco Tropa.
Em 2000, Lourdes Castro e Francisco Tropa deram corpo à representação oficial portuguesa na Bienal de Arte de Veneza, com a instalação "Peça".
De acordo com Serralves, a sessão contará com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca.
Antes, pelas 17:15, o diretor do Museu de Serralves, Philippe Vergne, e Ricardo Nicolau, adjunto, vão visitar a exposição "Electric", explorando a realidade virtual e aumentada como mais uma plataforma de apresentação e apreensão da arte, que descobre ângulos novos, radicalmente diferentes, frisou a instituição.
Depois, Philippe Vergne juntar-se-á ao responsável pela Casa do Cinema Manoel de Oliveira, o investigador António Preto, para percorrer a obra e apresentar o catálogo da exposição dedicada ao norte-americano Arthur Jafa, vencedor do Leão de Ouro da Bienal de Veneza 2019.
Ainda segundo a programação, seguir-se-á a visita à exposição “Orient Express – viagem de retorno”, à descoberta da obra desenvolvida pelos arquitetos Álvaro Siza e Carlos Castanheira, no continente asiático. Philippe Vergne será acompanhado por Carlos Castanheira, neste percurso.
Serralves adiantou que, quem optar por ficar em casa, vai poder assistir a toda a programação, através da página da fundação, na rede social Instagram.
A biblioteca, loja, livraria e restaurante de Serralves estarão abertos ao público, cumprindo todas as normas de segurança, garantiu a instituição.
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