“Este concerto não é […] nem uma celebração, nem uma despedida. É um encontro para a gigante família dos Dead Combo – que os acompanhou, no palco e no público, ao longo de muitos anos. É também um espaço para abraçar a alegria e a tristeza – a alegria de contar um legado rico e inesquecível, com a tristeza da ausência do nosso amigo Pedro Gonçalves, que apesar de nos ter deixado, na música e nas memórias, está sempre connosco”, pode ler-se no ‘site’ do São Luiz.

De acordo com a lista de participantes no concerto "Esse olhar que era só teu", vão subir ao palco da sala Luis Miguel Cintra nomes como Aldina Duarte, Alexandre Frazão, Ana Araújo, Gaspar Varela, Joana Sá e Peixe, entre muitos outros, num espetáculo com direção musical de Filipe Melo e António Quintino, e conceção artística de Ainhoa Vidal, Daniel Neves, Filipe Melo, Helder Nelson, José Morais, Nuno Salsinha e Tó Trips.

“Há muito tempo que pensávamos nesta possibilidade de fazer um espetáculo de homenagem ao Pedro [1970-2021] e que fechasse este ciclo todo dos Dead Combo”, disse à Lusa, em agosto, o agente da banda, José Morais.

“Basicamente vai ser todo em torno da música dos Dead Combo e com músicos que se cruzaram no caminho com os Dead Combo e que vão tocar músicas deles”, resumiu José Morais.

Tó Trips e Pedro Gonçalves fundaram os Dead Combo em 2003 e juntos criaram composições instrumentais marcadas pelo rock, pelos blues, pela tradição da música portuguesa e com influências que se estendem a África e à América Latina.

Assumindo duas personagens - um cangalheiro e um 'gangster' -, a dupla criou para os Dead Combo temas nos quais ecoa música portuguesa, africana e americana, registada em álbuns como "Dead Combo - Quando a alma não é pequena", "Lusitânia Playboys", "Lisboa Mulata" e "Odeon Hotel".

"Um dos problemas é não saberem bem onde nos encaixar: no rock, na alternativa, na world music. Têm tendência para associar a música ao fado e não tem nada a ver. Também associam à música do [Ennio] Morricone, a Tim Burton, à cidade de Lisboa", diziam ambos em entrevista à agência Lusa em 2013, quando completaram dez anos de carreira.

Em outubro de 2019, os dois músicos anunciaram o fim do grupo e queriam fazer uma digressão de despedida pelo país que se estenderia por 2020, mas que a pandemia da covid-19 adiou para 2021.

A digressão não foi terminada devido a problemas de saúde de Pedro Gonçalves, que morreu em dezembro de 2021 aos 51 anos.