O festival abre com o filme “Ruth”, uma estreia na Alemanha, e com a presença do realizador António Pinhão Botelho, para uma conversa com o público.

“Este ano temos cinco dias e seis filmes, um programa muito apelativo e muito variado, com muitos géneros, muitos temas, muitos estilos de fazer cinema, ofertas para vários tipos de interesses, desde filmes mais narrativos até cinema de autor. São temas que permitem aos berlinenses conhecer melhor Portugal e os portugueses, e são temas que interessam também muito aos portugueses”, revelou à agência Lusa a responsável pela iniciativa e presidente da Associação 2314, Helena Araújo.

“Raiva”, de Sérgio Tréfaut, “Pronto, Era assim”, de Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues, “Luz Obscura”, de Susana Sousa Dias, “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, e “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, são os filmes que vão estar em exibição no cinema Moviemento, em Berlim.

“Por um lado, é o cinema mais antigo da Alemanha, por outro é em Kreuzberg, numa zona com muita animação social e cultural. É um cinema que tem uma série de projetos interessantes e apelativos. E depois tem algo que me dá uma enorme satisfação, uma política de preços de dar desconto às pessoas que pedem. Quem não tem dinheiro, basta chegar à bilheteira e pedir o preço reduzido”, explicou a responsável pelos “Dias do Cinema Português em Berlim”.

A iniciativa repete-se depois do sucesso da primeira edição. “Alguns dos filmes que mostrámos no ano passado ficaram a trabalhar nas pessoas e deixaram uma memória funda nelas”, contou Helena Araújo.

No processo de escolha destes filmes, que abordam o processo da ditadura em Portugal e o século XXI, o mais complicado foi “ter de deixar muitos de fora”.

“Por isso digo que temos de crescer, é muito doloroso ter filmes tão bons e que interessam tanto às pessoas e deixá-los de fora”, adiantou a presidente da 2314, revelando os projetos para o próximo ano, que passam por dar mais relevo ao festival.

“Queremos incluir uma colaboração com o Festival de Curtas-Metragens portuguesas de Nova Iorque [organizado pelo Arte Institute] e fazer uma sessão especial (…) Há também a ideia de criar outro ramo do programa que é para realizadores jovens ou emergentes que ainda não são muito conhecidos, e dar-lhes uma oportunidade de se mostrarem em Berlim”, referiu.

O público esperado é sobretudo o português, mas Helena Araújo revela que na primeira edição receberam pessoas “de todas as idades, com vários interesses”.

“Queremos mostrar aqui os filmes que têm sido feitos recentemente em Portugal, para os portugueses que moram em Berlim terem acesso à produção portuguesa. Mas temos muito gosto em partilhar isso com os outros berlinenses”, garantiu.

O festival “Dias do Cinema Português em Berlim” começa em 30 de setembro e termina a 29 de outubro.