“A escolha de Diogo Infante, com as funções descritas, justifica-se pela sua competência, experiência e trabalho, plenamente reconhecidos no panorama artístico e teatral nacional”, refere o presidente da Fundação Inatel, que gere o Teatro da Trindade, Francisco Madelino, num comunicado enviado à agência Lusa.
A ex-diretora do Teatro da Trindade, Inês de Medeiros, cessou funções a 27 de outubro, para, no dia seguinte, tomar posse como cargo de presidente da Câmara Municipal de Almada.
Diogo Infante “foi convidado para assumir as funções de programador e diretor artístico do teatro, enquanto as “funções de diretor executivo serão assumidas por Hugo Paulito”, diretor-adjunto de Inês de Medeiros, lê-se na nota enviada à agência Lusa.
Diogo Infante foi diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, de dezembro de 2008 a novembro de 2011, altura em que foi suspenso de funções pelo então secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, depois de ter suspendido a programação para 2012, por causa das medidas de austeridade do Governo. Antes, dirigira o Teatro Maria Matos, de 2006 a 2008.
Com estas nomeações, refere Francisco Madelino, “a Fundação Inatel manifesta assim o seu empenhamento em continuar a reafirmação do papel deste teatro no panorama cultural português, e de Lisboa em particular, aliás plenamente patente ao longo de 2017, ano em que se comemoram os 150 anos da sua existência”.
Com o convite a Diogo Infante, a Fundação pretende "continuar este trajeto, consolidando uma programação que faça aproximar e unir os portugueses duma oferta teatral, e também cultural, a eventos de qualidade, dinamizados pelos agentes culturais nacionais e com manifesta aceitação dum público diversificado e intergeracional".
A atual temporada do Teatro da Trindade, que comemora 150 anos a 30 de novembro, fica marcada pela duplicação do orçamento, na ordem dos 350 mil euros, e pelo regresso da casa de espetáculos à produção própria, algo que não acontecia desde 2013.
Este mês, entre os dias 10 e 12, a Sala Estúdio do teatro é palco de “The End”, espetáculo de Cátia Pinheiro, José Nunes e André Godinho que cruza as linguagens do Teatro e do Cinema, no âmbito da programação do Festival Temps D’Images.
A partir de dia 17, a Sala Eça acolhe “Todo o Mundo é um Palco”, espetáculo sobre a nova cidade de Lisboa, com encenação de Beatriz Batarda e Marco Martins, com a colaboração de Victor Hugo Pontes.
Diogo Infante, 50 anos, cresceu no Algarve e iniciou a sua vida profissional como guia intérprete, tendo a sua estreia como ator acontecido em 1988 no Teatro Nacional D. Maria II, na peça "As sabichonas", de Molière, um ano após ter ingressado na Escola Superior de Teatro e Cinema.
Até 1991, quando concluiu o curso de ator, participou em várias peças dirigido por encenadores como Ruy Matos e manteve uma atividade regular em palco nas décadas seguintes, destacando-se as participações em "A dúvida", de John Patrick Shanley, encenado por Ana Luísa Guimarães, e "Hamlet", de Shakespeare, encenado por João Mota.
No Teatro da Trindade, em 1992, dirigiu "O amante", de Harold Pinter. No mesmo ano estreou-se no cinema, em "Nuvem", de Ana Luísa Guimarães, desempenho que lhe valeu um Se7e de Ouro.
Recebeu Globos de Ouro/SIC para o Melhor Actor do Ano em 1996 e 1998, recebeu o Prémio Nações Unidas, em 1995, e o de Melhor Ator do Festival de Gramado, em 1999, pelo desempenho em "A sombra dos abutres" de Leonel Vieira. Em 1999, foi ano da sua promoção como "Shooting Star" pela European Film Promotion.
Tem trabalhado com regularidade na televisão, quer como ator em novelas e séries, quer como apresentador de concursos ou documentários.
Este ano esteve em digressão pelo país com a peça “Quem tem medo de Virginia Woolf”, na qual voltou a partilhar o palco com Alexandra Lencastre. Atualmente integra o elenco da telenovela “A Impostora”, em exibição na TVI.
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