A Feira do Livro de Lisboa vai decorrer entre 26 de agosto e 12 de setembro, quase em simultâneo com a do Porto, que começa apenas um dia mais tarde, situação que não afeta os diferentes grupos editoriais, quer estejam ou não presentes nos dois eventos, uma vez que a primeira é uma feira de “editores” e a segunda de “livreiros”, pelo que não se podem considerar concorrentes.
Esta é a ideia geral partilhada pelas editoras, numa ronda feita pela Lusa, que apurou ainda, em respostas enviadas pelos responsáveis de comunicação, que haverá novidades como o regresso de eventos suspensos em 2020, promoções superiores às praticadas anteriormente, novos pavilhões e até um sistema de compra inovador.
O grupo editorial 2020 — que congrega chancelas como Elsinore, Cavalo de Ferro, Vogais ou Topseller — diz acreditar que, depois de uma edição atípica no ano passado, “ambos os eventos vão alcançar praticamente os níveis de 2019 no que respeita ao número de visitantes e consequente recuperação de vendas”.
No ano passado, por motivos de saúde pública, o grupo tomou a decisão de fechar os pavilhões, não permitindo a circulação no seu interior assim como suspendeu sessões de autógrafos e eventos, iniciativas que este ano regressam, com as medidas sanitárias obrigatórias, face ao “número de contágios bem mais baixo e com a vacinação a bom ritmo”.
As grandes novidades deste grupo são que, pela primeira vez, terá promoções até 70%, e a continuação da feira, após o encerramento, no seu ‘site’.
Este ano, a 2020 e a Penguin Random House fundiram-se, mas os dois grupos editoriais ainda se vão apresentar nos seus tradicionais espaços distintos, sendo expectável que na edição de 2022 tenham já uma presença unificada.
Assim, a 2020 manterá a sua presença numa praça com 20 pavilhões, em Lisboa, e uma representação de dois pavilhões no Porto.
Quanto ao grupo Penguin Random House, tem “muitas” expectativas em relação à edição deste ano da Feira do Livro de Lisboa, uma vez que se estreia com a coleção Penguin Clássicos, num ‘stand’ exclusivo, onde é possível encontrar os primeiros setes títulos editados e que estarão no mercado a partir de terça-feira.
Além disso, à semelhança de anos anteriores, o grupo contará com dois pavilhões dedicados ao infantil, outros dois com as chancelas Arena, Objectiva e Suma de Letras, e ainda um duplo pavilhão para a Alfaguara e a Companhia das Letras, “os dois selos mais fortes da editora na Feira do Livro”.
Outra novidade que a editora tem para este ano é a presença pela primeira vez na Feira do Livro do escritor Filipe Melo, autor de “Balada para Sophie”, banda desenhada premiada, lançada pela Tinta-da-China, mas que passou a ser editada pela Companhia das Letras.
O grupo editorial estará presente em ambas as feiras do livro, mas com uma presença maior na Feira de Lisboa, onde consegue ter mais pavilhões e mais autores, estando no Porto representado pela livraria Flâneur, parceira das últimas edições do certame naquela cidade.
O grupo Almedina, que este ano quer “destacar ainda mais” as suas editoras e o seu catálogo, vai lançar, juntamente com a SIBS/MBway, um sistema de “compra ‘express'”.
A Almedina vai estar presente apenas na Feira de Lisboa, com 12 pavilhões e uma praça, que terá zonas para as edições jurídicas, para as não jurídicas e para as “oportunidades”.
Para este ano, a Leya espera alcançar resultados de vendas “pelo menos equivalentes” aos do ano passado, que foram “bastante positivos”, apesar de um calendário diferente do habitual e do contexto de pandemia.
“Contamos, também, com uma maior afluência de público, especialmente num cenário em que muitas pessoas se encontram já vacinadas”, refere o grupo.
O número de pavilhões será idêntico ao dos anos anteriores (14), mas haverá algumas alterações na configuração da praça, que permitirão ter mais espaço para sessões de autógrafos, que este ano serão em maior número, tal como os eventos de lançamentos, as conversas e os debates.
Na Feira do Livro do Porto não terá representação própria, mas os seus livros estarão disponíveis.
Para Porto Editora e a Bertrand Círculo, que pertencem ao mesmo grupo e estarão reunidas no mesmo espaço, com 28 pavilhões, a expectativa quando à edição deste ano é “positiva”, atendendo a que no ano passado, com todos os constrangimentos impostos por uma situação pandémica mais grave do que a atual, “a feira correu bem”.
“Este ano, em que beneficiamos de uma conjuntura sanitária mais favorável, acreditamos que a Feira do Livro de Lisboa poderá correr melhor do que em 2020, ainda que distante da afluência e dos números das edições anteriores”, afirmam os editores.
Para isso, contribuirão as novidades que o grupo preparou, como um pavilhão dedicado em exclusivo ao autor português, o pavilhão da Círculo de Leitores, cujo catálogo está a partir de agora acessível a qualquer leitor, quando antes era exclusivo para sócios.
A agenda para aqueles dias será preenchida por dezenas de sessões de autógrafos, lançamentos de livros, oficinas, conversas entre escritores e ‘sprints’ de leitura, e uma cobertura ‘online’ constante através do ‘site’ www.autoresquenosunem.pt e nas redes sociais.
A presença da Tinta-da-China não será diferente da do ano passado: terá cinco pavilhões em Lisboa, e no Porto os seus livros estarão à venda nos espaços da Exclamação e da Essência do Livro.
Também esta editora admite que em 2020, “ao contrário das expectativas, a feira correu muito bem, representando até uma melhoria em relação ao ano anterior”.
“Por isso, vamos mais uma vez para a feira com boas expectativas, de que as pessoas ainda queiram ler e comprar livros”, afirma, sublinhando que se correr mal, será um ano negro para o mercado do livro, já “tão fustigado e tão pouco apoiado ao longo da pandemia”.
Para o Grupo Presença, que terá um espaço próprio com 14 pavilhões e uma praça central, as expectativas para este ano estão “alinhadas com a edição anterior”, tanto em termos de afluência como de venda.
“Aquilo a que nos propomos é, num ambiente seguro e com as devidas regras de segurança e higiene que os tempos nos exigem, proporcionar aos nossos leitores uma experiência rica”, com venda de livros que não se encontrariam noutras ocasiões, presença de alguns autores e descontos até 50%.
Também este grupo não terá representação própria na Feira do Livro do Porto, mas marcará presença através de parceiros.
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