Durante a apresentação do resultado dos trabalhos efetuados, que decorreu hoje junto ao elevador, o administrador da Carristur, António Proença, estimou um investimento de "mais de 750 mil euros na estrutura" e "entre 150 e 200 mil euros" no piso térreo.
Segundo a empresa que gere este equipamento (detida a 100% pela rodoviária Carris, cuja gestão passou este ano para a Câmara de Lisboa), o investimento destinou-se sobretudo ao reforço da segurança da infraestrutura e à renovação do piso térreo, que conta agora com um espaço comercial, mais iluminação, uma zona abrigada para as filas de espera e um corredor interior. Este dá a volta às duas cabines, que permitem subir e descer.
"Recuperámos toda a estrutura. Peça por peça, foi revista a sua solidez, foi melhorada a sua conservação e foi realçada a sua beleza através de pintura e através de iluminação", disse António Proença, antes de uma visita ao equipamento.
Também "muitos dos elementos que ao longo destes 100 se tinham degradado foram completamente substituídos", observou, vincando que este foi "um investimento forte para manter um produto de 100 anos para mais 100 anos".
"Temos a honra, temos a oportunidade, temos a obrigação de deixar para as gerações futuras", advogou o responsável, acrescentando que "pegar numa peça histórica, num Monumento Nacional, e mantê-lo em atividade não é fácil".
O administrador admitiu mesmo que antes desta intervenção sentia "alguma vergonha de como aquilo estava".
Para o futuro, a empresa está a trabalhar na ligação do elétrico turístico até ao Largo do Carmo, para fazer a ligação ao elevador, obra que "está a concurso".
Atualmente, a Carris conta com cinco carreiras de elétrico em serviço público e dois circuitos turísticos, que pretende expandir para zonas como as Portas do Sol, a Praça da Figueira, Cais do Sodré, Amoreiras, Campolide e Santa Apolónia.
Este equipamento, que conta 115 anos de existência, é um Monumento Nacional e recebe cerca de um milhão de visitantes todos os anos.
O elevador conta também com um miradouro no topo, que irá sofrer uma intervenção com vista a aumentar os canais de acesso. Atualmente, o acesso a esta zona é feito através de duas escadarias em ferro e está limitado a 29 pessoas de cada vez por razões de segurança, pelo que o objetivo da Carris é construir mais duas escadas.
O administrador elencou também que o passo seguinte será, "ainda este ano", substituir "todo o pavimento, dotando-o de iluminação própria", o que vai permitir abrir as visitas ao miradouro no período noturno.
Outra das novidades passa por criar um núcleo museológico no piso abaixo do miradouro, onde está instalada a sala das máquinas, que de momento não encontra aberta ao público, mas poderá vir a sê-lo.
Através de um investimento de "mais de um milhão de euros", será substituído "o equipamento de comando e tração das cabines do elevador", o que vai permitir mostrar aos visitantes os motores com 110 anos.
Esta atualização do equipamento que move os elevadores vai permitir "duplicar a capacidade de acesso” ao ascensor, mas não terá impacto no aspeto da cabine.
Também presente na apresentação, o presidente da Carris, Tiago Farias, vincou que a empresa "transporta cerca de 10 milhões de passageiros por mês nos seus autocarros e cerca de um milhão de passageiros por mês nos seus elétricos".
Na sua opinião, é necessário "investir não apenas em elétricos e autocarros, mas em toda a infraestrutura que serve diariamente toda a cidade para o transporte público, e naturalmente em coexistência com o turismo".
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