Num longo comunicado emitido na noite de quarta-feira pelo Palácio do Eliseu, Emmanuel Macron e a sua mulher, Brigitte Macron, exprimiram as condolências à família, amigos e admiradores de Linda de Suza, lembrando que a cantora portuguesa que vendeu milhões de discos em França e exultou as ligações entre França e Portugal.
"No cruzamento de duas culturas, de duas línguas, traduzindo em português os seus maiores sucessos em francês, ela afirmou-se como um ícone dos destinos cruzados dos nossos dois povos", pode ler-se no comunicado enviado pelo chefe de Estado francês.
Emmanuel Macron lembrou o percurso desta portuguesa, dando ênfase à sua partida de Portugal durante a ditadura com "uma família que a asfixiava" devido ao estatuto de mãe solteira, declarando que a sua coragem em partir para França teve "uma recompensa inesperada" quando foi descoberta pelo compositor e produtor Claude Carrère no restaurante onde trabalhava, nos arredores de Paris.
O chefe de Estado francês assinala ainda o "tom de veludo" da voz de Linda de Suza, lembrando que a cantora apoiou publicamente a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia em 1986 e valoriza.
A sua ligação profunda com o público, explicou Macron, era tão forte que "nunca cessou" verdadeiramente, mesmo com a sua retirada de cena.
Linda de Suza, intérprete de êxitos como "Um Português", morreu na quarta-feira, aos 74 anos, vítima de covid-19. Linda de Suza é o nome artístico de Teolinda Joaquina de Sousa, nascida há 74 anos em Beringel, no concelho de Beja, que emigrou em 1970 para França, onde fez carreira na área da música.
Comentários