“Tudo começou numa conversa de cozinha, de café, no sentido de começar uma horta”, explicou à Lusa Francisco Paiva, 23 anos, aluno da licenciatura em Agronomia na ESAS, do Instituto Politécnico de Santarém (IPS).
O projeto existe desde 2014. Os estudantes gerem a horta num espaço que envolve a residência e onde “não existia nada, só ervas a crescer”, referiu.
O objetivo é obter “algum proveito a partir dos produtos da horta”, poupando assim nas compras do supermercado, bem como pôr em prática conhecimentos adquiridos na escola.
“Do que vamos aprendendo nas aulas, se alguma espécie ou alguma cultura em especial nos despertar o interesse, gostamos de fazer uma espécie de ensaio e ver como é que as plantas se comportam”, sublinhou Francisco, acrescentando que, às vezes, não sabem “nada sobre elas” mas ficam curiosos e decidem experimentar cultivá-las.
A horta tem desde árvores de fruto a hortícolas e leguminosas e ainda ervas aromáticas.
“[O projeto] foi recebido da melhor maneira, é uma iniciativa interessante e uma maneira de aproveitar e cuidar o espaço”, afirmou Edite Duarte, coordenadora de alojamento dos Serviços de Ação Social do IPS, que esteve a par da iniciativa desde o início.
A responsável sublinhou ainda que este projeto, “inédito”, resultou “por iniciativa dos alunos”, que têm “tudo muito cuidado” e têm “sabido manter a horta sozinhos”.
Segundo Francisco, o tempo que passa a trabalhar na horta funciona também como um “escape” ao dia-a-dia: “Uma das coisas que nos motivam mais, para além do aspeto visual e da coleção de exemplares que nós gostamos de ter, é o facto de que quando estamos em exames, ou com o stress das aulas, passamos ali uma tarde em que estamos só focados naquilo. Estamos a conviver entre nós e com as pessoas que se aproximam e não pensamos no resto.”
A iniciativa tem sido bem recebida também pelos novos alunos, uma vez que “todos os anos há um grupo que se junta”.
“Desperta a curiosidade de todos”, apesar de “muita gente não ter tempo ou não querer dispor do seu tempo”, acrescentou o aluno.
A coordenadora tenciona ainda reunir-se com os alunos para decidir o que fazer com os produtos que os universitários não consomem sozinhos, até porque poderá haver “alunos com mais necessidades” que poderão tirar proveito disso.
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