Susan Braudy, jornalista e autora de dois livros, disse que sofreu com esta conduta abusiva durante a década de 1980, quando era encarregada do escritório em Nova York da Stonebridge Productions, de Douglas.

"Achou que era o rei do mundo e que podia humilhar-me sem nenhuma repercussão", disse à emissora NBC.

O alegado caso da masturbação ocorreu numa reunião de trabalho no seu apartamento em 1989, quando Douglas estava no auge da sua carreira, após protagonizar filmes como "Wall Street" e "Atração Fatal".

"Escorregou até ao chão, abriu o cinto, colocou a mão dentro da roupa interior e começou a acariciar-se. Estava com muito medo", recordou.

Braudy, autora de vários livros e nomeada para um Pulitzer, assinalou que na sua experiência com Douglas lidou quase sempre com uma linguagem profana e sexual, com o ator a fazer comentários sobre a sua vida sexual, amantes e observações degradantes sobre a aparência da então funcionária.

Douglas já tinha adiantado, na semana passada, numa "iniciativa preventiva", que negava eventuais denúncias de assédio sexual.

"Nem sequer sei por onde começar, é uma mentira completa, uma invenção, não há nada de verdade nisso", disse o ator à imprensa especializada.

"É extremamente doloroso", continuou o filho da lenda do cinema Kirk Douglas. "Não tenho esqueletos no armário nem há mais ninguém que esteja a fazer uma acusação semelhante. Não consigo perceber o motivo de, depois de 32 anos, isto sair agora".

A atriz Catherine Zeta-Jones, casada com o ator desde 200, disse ao canal ABC que apoia a "'110%' os movimentos 'Time's Up" e '#MeToo' contra os abusos", mas defende o marido: "Michael fez esta declaração preventiva. Foi eloquente, falou com o coração, foi honesto, aberto e transparente. Agora tem de dar o passo seguinte para ver onde isto vai dar...". "Isto aconteceu há 30 anos 'a.C.', antes de Catherine", brincou a atriz.

Uma onda de escândalos sexuais teve início em outubro em Hollywood, começando com denúncias de assédio, abuso e violência contra o outrora poderoso produtor Harvey Weinstein. Personalidades como Kevin Spacey, Brett Ratner, Dustin Hoffman e Louis C.K. também figuram na longa e lista de agressores. Recentemente, James Franco e Woody Allen negaram acusações contra eles.

O sindicato de produtores enviou aos seus mais de 8000 membros recomendações para evitar o assédio sexual na indústria.