A exposição, promovida pela Marlborough Fine Art, a galeria em Londres que representa a pintora portuguesa, pretende mostrar como o desenho é essencial para a compreensão do trabalho da artista e evidenciar o talento, detalhe e criatividade na preparação dos quadros.
As técnicas de observação e desenho foram adquiridas por Paula Rego, nos tempos de estudante, na Slade School of Fine Art, em Londres, disse a artista, citada num documento de apresentação da mostra.
"Desenhar um modelo é mais espontâneo do que desenhar a partir da imaginação. Eu acho que, se existe algo para se olhar e tentar capturá-lo, acontece uma série de coisas", revela.
O programador e artista Colin Wiggins descreve o trabalho de Paula Rego como "uma combinação de observação no estúdio e a imaginação e memórias de infância que permaneceram muito vivas para ela".
Na sua opinião, a imaginação da portuguesa entra em funcionamento quando a pintora faz os seus desenhos, construindo então as histórias que representa nas suas pinturas, pastéis e gravuras, frequentemente inspirados em literatura, contos populares ou textos religiosos.
A figura feminina tem normalmente um papel de destaque nas suas composições, com "tons sexuais ambíguos e segredos sombrios", através das quais abordou questões políticas, como a legalização do aborto, a mutilação genital feminina e a escravidão humana, descreve a galeria.
A exposição em Londres, intitulada "Paula Rego: Da Mente aos Desenhos à Mão - 1980-2001", acontece na sequência de uma outra mostra inédita dos cadernos de esboços da pintora portuguesa, realizada na galeria de arte Pallant House Gallery, no ano passado.
Coincide também com uma grande exposição individual intitulada "As histórias cruéis de Paula Rego", no Musée de l'Orangerie em Paris, que acontece de 17 de outubro a 14 de janeiro de 2019.
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