A mostra, intitulada “Francisco de Holanda em Évora - Nascimento de um artista Humanista – 1534–1537/1544–1545”, é inaugurada às 17:00 de sábado, mas abre ao público no domingo e fica patente neste museu alentejano até 31 de março do próximo ano.

Com comissariado científico de Sylvie Deswarte-Rosa, a iniciativa “dá a conhecer ao público o ambiente intelectual e artístico dos anos de formação de Francisco de Holanda em Évora”, explicou hoje a entidade promotora, a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen).

Estes anos que o teórico e artista passou em Évora “terão a maior importância para a teorização artística no Portugal de quinhentos”, frisou a DRCAlen.

Pinturas, iluminuras, livros ou manuscritos da autoria de Francisco de Holanda vão ser mostrados na exposição, integrada no projeto Rede de Museus de Évora e cofinanciada pelo programa comunitário Alentejo 2020, no âmbito da parceria de programação ÉVORA 2027 - Cidade Candidata a Capital Europeia da Cultura.

As obras são provenientes de diversos museus, nomeadamente do de Évora, do Nacional de Arte Antiga e do Nacional de Arqueologia, assim como do Arquivo Nacional da Torre do Tombo ou de várias bibliotecas, como a Nacional de Portugal, Pública de Évora, da Ajuda e Central da Marinha.

A Academia das Ciências de Lisboa, Cabido da Sé de Évora, Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Évora e o Arquivo Distrital de Évora também contribuíram com obras para a mostra.

Considerado um dos mais importantes vultos do Renascimento em Portugal, Francisco de Holanda (1517-1584), filho “do ilustre iluminador António de Holanda”, nasceu em Lisboa.

“Iniciado nos domínios da arte da iluminura e do retrato na oficina de seu pai, Holanda viveu primeiro em casa do infante D. Fernando, em Lisboa e em Abrantes, e, depois, junto do cardeal infante D. Afonso, em Évora, de quem foi moço de câmara”, segundo a DRCAlen.

Segundo a direção regional, esta presença em casa do cardeal infante D. Afonso, “um fervoroso humanista”, foi “essencial” à formação de Francisco de Holanda “e ao que viria a ser o seu papel enquanto artista plástico, tratadista e esteta”.

Nos anos em Évora, Holanda foi ouvinte assíduo das lições de André de Resende, nas aulas que este abriu nos Paços de Évora por volta de 1533.

“Nesta ‘Escola Pública de Letras Humanas’ foram também professores os humanistas Aires Barbosa, Pedro Margalho e D. Francisco de Melo. A este grupo juntaram-se ainda os estrangeiros Clenardo e João Petit que, com Jorge Coelho, Manuel da Costa e Pedro Sanches, transformaram a cidade num novo centro cultural, em Portugal e na Europa do século XVI”, frisou a organização.

E foi “neste ambiente” que o artista circulou, ainda jovem e “numa fase crucial da sua vida”.

Em Évora, nos anos 30 do século XVI, Francisco de Holanda recebeu “uma formação humanista” e trabalhou com André de Resende “à volta do passado clássico (romano) na preparação de uma viagem que reforçaria da formação eborense e alteraria, muito significativamente, o rumo e a influência da cultura italiana nos meios artísticos e culturais nacionais”, vincou a DRCAlen.

No âmbito da política cultural de D. João III, partiu para Roma (Itália), em 1537, onde se viria a considerar discípulo de Miguel Ângelo. De regresso a Évora, durante uma nova estadia da corte de D. João III na cidade alentejana, entre 1544 e 1545, Holanda iniciou a execução das imagens da Criação do Mundo para a sua obra “De Aetatibus Mundi Imagines”.

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