O certame é promovido pelo Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS) e pela Cátedra UNESCO em “Património Imaterial e Saber-Fazer Tradicional”, da Universidade de Évora, e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Nicola Schiavottiello, um dos diretores da iniciativa, explicou hoje à agência Lusa que a exibição dos filmes vai ser o “prato forte” do festival, mas o programa inclui mais atividades.
“Temos também instalações, que combinam performance de música ao vivo com a projeção vídeo, uma conferência, uma festa e uma exposição de fotografia”, resumiu.
O certame, que é apoiado pela Câmara de Évora, Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen), Fundação Eugénio de Almeida e outras entidades, é centrado na filmografia documental sobre património, material e imaterial.
“O HERITALES procura divulgar narrativas de natureza fílmica e gráfica” que estejam “relacionadas com o património cultural material e imaterial”, indicou a DRCAlen.
Nesta 2.ª edição, subordinada ao tema “Comunidades Sustentáveis”, acrescentou, a iniciativa apoia-se no cinema “para recuperar o valor patrimonial da comunidade, especialmente na viabilidade das comunidades sustentáveis, sejam elas atuais ou históricas”.
“Este ano, selecionámos filmes que, de alguma forma, tratam comunidades sustentáveis”, ou seja, que abordam “uma sustentabilidade local, no sentido de comunidade que se vai transformar em património”, realçou Nicola Schiavottiello.
O festival, sublinhou, “não tem como elemento central o património”, quer este seja um objeto, uma representação ou uma comunidade, mas sim “a história desse património”.
“Acreditamos muito nesta maneira de divulgar o património e consideramos que o cinema, porque não tem barreiras culturais, em comparação com outras artes, é o meio mais direto para esta divulgação”, frisou o diretor.
O festival arranca, na quinta-feira, no Palácio do Vimioso, com uma conferência sobre “Videojogos Indígenas”, por Kathy-Anne Gabrielle Hughes, investigadora oriunda do Canadá, mas que estuda em Inglaterra.
A abertura oficial do evento acontece, às 17:30, com a inauguração da exposição fotográfica “Olhares”, do projeto arqueológico Outeiro do Circo (Beja), seguindo-se, à noite, a exibição de curtas, médias e longas-metragens, no Fórum Eugénio de Almeida.
Na sexta-feira, há novamente cinema, no Auditório Soror Mariana e na Igreja de S. Vicente, assim como a festa HERITALES, na Sociedade Harmonia Eborense.
No último dia, no sábado, há uma sessão de curtas de animação, no Fórum Eugénio de Almeida, uma sessão de médias e longas-metragens, na Sociedade Harmonia Eborense, e uma sessão de curtas, no edifício da câmara, assim como instalações artísticas e a entrega de prémios para os filmes em competição (a melhor curta e a melhor média/longa).
Entre as mais de 20 películas em exibição, ao longo dos três dias, encontram-se filmes realizados em Portugal, Brasil, Itália, Espanha, Alemanha, Roménia, China, Noruega, Senegal ou Nepal, estando, igualmente, previstas conversas com os realizadores, em cada sessão.
Comentários