”É um festival e uma grande festa ligada ao ambiente, nas diversas perspetivas, como a social, económica ou cultural, uma grande festa com conferências, música, teatro, comédia de stand-up, moda… “, disse à Lusa Pedro Norton de Matos, o criador e organizador da iniciativa, destinada a todo o tipo de público, nomeadamente a jovens alunos.

Esse é de resto o motivo pelo qual o festival dura quatro dias, entre 11 e 14 de outubro, e dois deles são durante a semana, quinta e sexta-feira, precisamente para permitir a visita das escolas. “Os dois primeiros dias são mais dedicados ao público empresarial e estudantil”, estando já praticamente esgotada a capacidade para alunos, disse o responsável à Lusa.

O Greenfest, este ano em 11.ª edição e sempre no centro de congressos do Estoril, vai ter a presença da ativista australiana Leyla Acaroglu, que falará sobre os avanços do estilo de vida sustentável dos cidadãos, mas terá também apresentações sobre educação ambiental, alterações climáticas, turismo sustentável, bem-estar e saúde, bio-construção, eco-freguesias, eco-escolas, ou alimentação saudável. É considerado o maior evento de sustentabilidade no país.

O Greenfest “vai ligar os avanços tecnológicos com um desenvolvimento circular, social e de partilha de ideias, experiências e melhores práticas sustentáveis, contribuindo desta forma para uma maior visibilidade de projetos de empresas, instituições, e cidadãos que têm o futuro sustentável em mente”, diz a organização em comunicado.

Pedro Norton de Matos acrescentou à Lusa que o Greenfest quer diferentes públicos com diferentes linguagens, que podem ser conferências mas também peças de teatro, “workshops” mas também música e jogos.

O Laboratório Internacional de Nanotecnologia, de Braga, terá mesmo uma casa com equipamentos que já existem ou que vão existir, tal como a impressora 3D que, explicou Norton de Matos, pode imprimir por exemplo um boneco em forma de super-herói mas feito de legumes, uma forma de superar a aversão que muitas crianças têm a legumes.

E porque se trata de economia circular e proteção do ambiente, estarão presentes espaços de artes e ofícios tradicionais, como a costura, “na perspetiva da reutilização”.

Segundo Pedro Norton de Matos todo o material usado no festival é reaproveitado. Numa época em que as cidades desperdiçam um terço da água potável, sem falar dos alimentos ou da energia, diz o responsável que a natureza ensina que tudo se transforma e que é preciso aplicar esse conceito.

É por isso que o Greenfest acolhe nos quatro dias projetos para um mundo mais sustentável, como a Eco-freguesias, de desenvolvimento de comunidades sustentáveis, da responsabilidade da Associação Bandeira Azul da Europa, uma organização não governamental de ambiente.

“Mais desenvolvimento e mais pessoas, mais riqueza, não tem de ser sinónimo de produzir mais lixo nem de usar mais plástico”, salienta Norton de Matos, adiantando que o Greenfest também terá várias iniciativas ligadas ao plástico, de instalações de artistas aproveitando lixo de plástico a alertas de cientistas sobre os malefícios dos nanoplásticos no organismo humano.

Mas terá ainda iniciativas à volta da construção sustentável, com materiais amigos do ambiente. “Há mobiliário que é feito de casca de arroz”, diz Pedro Norton de Matos, que “importou” a ideia do Greenfest dos Estados Unidos, onde viu o conceito, que é hoje “uma referência” e que já tem uma edição também em Braga.

Vindo da área da economia mas de alma e coração no ambiente, Pedro Norton de Matos salienta que “a natureza é um laboratório vivo. O que a ciência moderna consagra são princípios que a natureza já tem resolvidos. Mais ganharemos enquanto humanos se não voltarmos as costas à natureza e vivermos mais perto dela”.

E, defende ainda o organizador da iniciativa, um futuro melhor virá "se calhar das mãos de quem ou do que ainda não existe, das pequenas empresas que estão hoje a nascer", adiantando que as grandes empresas de hoje começaram como “startups”. Foi assim com a Apple, com a Uber, com a Alibaba.

No Greenfest, para já, cria-se lugar para quem com borras de café faz bijuteria.

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