Em mais um certame dedicado à música emergente portuguesa e internacional, os destaques vão para a banda ‘punk’ dinamarquesa Iceage, com a Dinamarca a oferecer também Croatian Amor ou o ‘noise’ dos Damien Dubrovnik.
Na produção nacional, destacam-se Gabriel Ferrandini, os ‘veteranos’ do metal Holocausto Canibal, DJ Lynce, Marco Franco e, entre outros, Dada Garbeck, projeto do músico de Guimarães Rui Sousa.
O cartaz inclui ainda a ‘rapper’ norte-americana Bbymutha, a dupla de eletrónica finlandesa Amnesia Scanner, a banda de Bristol Heavy Lungs, a nova-iorquina Hiro Cone e os lisboetas Chinaskee, além de DJRUM, CTM, Jasss, ShapedNoise, Born in Flamez ou Die Von Brau.
O festival, que decorre no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, no Antigo Edifício dos CTT vimaranense e no Centro de Artes e Espetáculos São Mamede, sob a organização da Revolve, que este ano comemora 10 anos de funcionamento como organizadora de eventos e agência de músicos.
“O festival é o nosso menino e tem sido bom de trabalhar”, salientou à Lusa o programador Bruno Abreu, da Revolve, que também trabalha com agenciamento.
Abreu garantiu à Lusa que o Mucho Flow “é sempre pensado como um todo, uma experiência, mais do que por este ou aquele artista”, até pela aposta nos artistas emergentes, mesmo que esta sétima edição inclua também alguns nomes mais consagrados, presentes na lista da Revolve, “mas que não tinha sido possível trabalhar no passado”.
“Destaca-se o facto de [o festival] estar a crescer, passar para dois dias em 2019", sendo esta "a terceira mudança no formato". "Não acreditamos que tenha de ser sempre a mesma coisa”, acrescentou.
O programador revelou ainda que "existir em três espaços" -- outra novidade -- era já “um sonho antigo”, e o objetivo com esta terceira versão do mesmo conceito é “fazer com que corra bem”, primeiro, até porque existia a vontade de “não fazer logo tudo, para não ser demasiado exigente para quem vem”.
Entre as novidades está também a expansão para outro tipo de artes, com intervenções de duas artistas plásticas e visuais, Wasted Rita e Débora Silva, tendo a última uma “intervenção mais no campo da animação e do vídeo 3D, ao longo dos espaços”.
O objetivo de expandir para lá da música é paralelo ao Mucho Flow e à própria Revolve, que este ano celebrou 10 anos e tem feito crescer a equipa, que agora integra oito pessoas, com Bruno Abreu a dizer do projeto “que foi dando frutos”.
“Percebemos que estávamos a mudar alguma coisa na cidade, na própria mentalidade dos músicos da cidade, que começavam a perceber que existia um movimento a criar-se. A partir daí, a própria Revolve começa a moldar-se àquilo que vai acontecendo. Primeiro só fazíamos concertos, depois agenciámos bandas e agora já estamos a editar discos”, contou.
Trabalhar “novas valências” é um objetivo para a frente, depois de um balanço positivo em que “começou por não haver concertos nem salas cheias, e agora há muitos concertos em Guimarães, salas cheias e uma procura que antes talvez não existisse”. Há, portanto "muito trabalho”, para continuar.
“Não fazemos disto vida, temos todos o nosso trabalho, e fazemos isto por paixão e amor à arte. Acho que todos nós sentimos que queremos fazer mais, cada vez mais. Vamos fazer mais, de certeza”, concluiu.
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