Os organizadores dessa iniciativa do distrito de Aveiro afirmam que a noite de 18 de junho acolherá assim “o primeiro evento em sala e com público [presencial] a acontecer na cidade”, depois de o município ter ficado em estado de calamidade de 17 de março a 17 de abril, e sujeito a um cerco sanitário que obrigava os residentes a isolamento domiciliário.

Durante esse período de confinamento, a organização do festival não esteve parada: “Entre 09 abril e 11 de junho, o Shortcutz Ovar realizou nove sessões ‘online’, exibindo as 30 curtas-metragens da seleção oficial [da última edição do festival], que tinham sido projetadas em sala em 2019″.

Essa programação ‘online’ registou “mais de 1.000 visualizações, por um tempo médio de 45 minutos”, mas agora as projeções regressam ao formato normal e, transferindo-se da pequena Casa-Museu Júlio Dinis para a Escola de Artes e Ofícios de Ovar, “as sessões serão retomadas numa sala mais ampla, com lotação definida e lugares marcados” mediante reserva prévia, de forma a garantir-se uma cadeira vazia entre cada espectador.

“O cinema curto português regressa à sala em Ovar com uma sessão que permitirá retomar a quarta temporada do Shortcutz, iniciada em janeiro de 2020 e interrompida nos meses de março, abril e maio. A calendarização será alterada, com a realização de sessões quinzenais em vez da habitual programação mensal, e interromper-se-á em agosto, como é habitual, prosseguindo nos meses de setembro, outubro e novembro”, revela a organização.

Nas próximas quatro sessões quinzenais, serão exibidas as curtas-metragens de imagem real “Lisboa 2018″. de Francisco Valente, “Um Retrato de Borboletas”, de Henrique Prudêncio, “Cenas de Uma Vida Amorosa”, de Miguel Afonso, “Filomena”, de Pedro Cabeleira”, “A Greenhouse”, de Francisco Pereira Coutinho, “Quanto For Tarde”, de Matilde Calado, e “Estas Mãos São Minhas”, de André Ferreira.

Previstas estão também as obras de animação “Nestor”, de João Gonzalez, “Equinox”, de Bruno Carnide, “Inside Me”, de Maria Trigo, e “Ode à Infância”, de João Monteiro e Luís Vidal.

A organização anuncia ainda a presença do realizador Rui Esperança, autor das ‘curtas’ “Os Inúteis” e “18”, e da cineasta luso-francesa Cristèle Alves Meira, que regressa a Ovar com o filme selecionado para o festival IndieLisboa e a Semana da Crítica do Festival de Cannes, “Herói Invisível”, recentemente distinguido com o prémio de melhor filme europeu no Festival de Clermont-Ferrand.

O regresso de Cristèle Alves Meira à cidade acontece “três anos depois de ter recebido o prémio de melhor curta-metragem na primeira temporada do Shortcutz Ovar, em 2017, com ‘Campo Víboras'”.