Considerado o mais relevante evento dedicado à curta-metragem, o festival de Clermont-Ferrand revelou hoje os filmes selecionados para as secções competitivas, contando com “A fronteira azul”, de Dinis Costa, na competição nacional, sendo uma produção francesa com coprodução luso-espanhola.

O filme narra a chegada de um navio ilegal à costa ibérica “através dos olhos de múltiplas personagens: Os migrantes, os que cuidaram deles à chegada, os que os transportaram de Espanha para Calais, aqueles que os observam de um veleiro e a partir da rua”, refere a sinopse da produtora Furyo Films.

Na competição internacional de Clermont-Ferrand vão estar “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, e “Bad for a moment”, de Daniel Soares, ambos já exibidos e premiados noutros festivais.

Para Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, esta seleção surge na mesma semana em que “Percebes” entrou na lista de finalistas na corrida aos Óscares de 2025. Em junho, o filme venceu o prémio máximo do festival de Annecy (França).

“Percebes” é um documentário em animação que explora o ciclo completo da vida deste molusco, que faz parte da gastronomia portuguesa. Ao mesmo tempo, o filme contextualiza a apanha de percebes na região do Barlavento Algarvio, dá voz a quem lá vive e trabalha, aborda a relação com o mar e com o turismo.

No caso da realizadora Laura Gonçalves, este regresso a Clermont-Ferrand acontece dois anos depois de ter vencido o prémio de Melhor Filme de Animação com “O homem do Lixo” (2022).

“Bad for a moment”, de Daniel Soares, que venceu uma menção especial em maio, em Cannes, trata, através da ficção, questões sociais sobre habitação e a vida nas cidades.

Segundo a sinopse, em “Bad for a moment”, “um evento de 'team-building' corre mal e obriga o dono de um atelier de arquitetura a encarar a realidade do bairro popular que a sua empresa está a gentrificar”.

A 47.ª edição do Festival Internacional de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand está marcada de 31 de janeiro a 8 de fevereiro.