O filme dá conta da assistência discreta, mas operacional, do jesuíta Jorge Bergoglio, em prol da oposição e dos críticos da ditadura militar que governou a Argentina de 1976 a 1983.
Entre outras ações, o filme relata como Bergoglio acolheu jovens no colégio que dirigia, em Buenos Aires, e os encaminhou para o vizinho Uruguai, como terá conseguido a libertação de uma opositora ao regime grávida de três meses, ou como lutou pela libertação de dois irmãos da sua congregação, que trabalhavam em comunidades desfavorecidas.
A um dos opositores perseguido pelo regime militar, que ficou sem documentos de identificação, Jorge Bergoglio entregou-lhe a sua própria identificação, para este poder passar a fronteira para o Brasil, onde tinha quem o recebesse.
Uma cena dá conta da celebração eucarística por Bergoglio, na residência do general Jorge Rafael Videla (1925-2013), que foi Presidente da República da Argentina de 1976 a 1981. Após a missa, o jesuíta conversou com o militar, tendo feito um apelo pelo respeito dos Direitos Humanos.
Outro destaque do filme é, quando afastado da Argentina, a estudar na Alemanha, em Augsburgo, o jesuíta conheceu o culto por Nossa Senhora Desatadora de Nós, por quem passa a ter uma especial devoção e a recomendar que dirijam à Virgem preces.
Regressado a Buenos Aires, o sacerdote trabalhou nos bairros da periferia, tendo então sido escolhido para bispo auxiliar da diocese portenha.
É nesta qualidade que intercede pelos moradores da "Vila 31", um dos bairros desfavorecidos da periferia capital argentina, a quem divulgou o culto por N. S. Desatadora de Nós. O bispo-auxiliar Bergoglio propõe-se mediar o conflito com a municipalidade de Buenos Aires e foi falar com um executivo da autarquia, no final, ofereceu-lhe uma estampa da Virgem.
O filme, protagonizado pelo ator Rodrigo de la Sena, que partilha o papel de Jorge Bergoglio com Sergio Hernández (que faz de Bergoglio já sénior), tem por base uma série televisiva de quatro episódios, a partir da qual foi produzido um telefilme. A longa-metragem, de 90 minutos, que inclui imagens documentais da proclamação do papa Francisco, no Vaticano, a 13 de março de 2013, estreou-se em 2015.
Além de Rodrigo de la Sena e de Sergio Hernández, o elenco é constituído, entre outros, por Cuyle Carvin, Alex Brendemühl, Mercedes Móran, Muriel Santa Ana, Maximilian Dirr, José Ángel Egido e Leah Allers.
O realizador deu especial destaque ao papel de Bergoglio como "mediador discreto" de conflitos, que procura em cada ser humano "um irmão", como afirma numa das suas homilias.
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