Na sua intervenção da apresentação do projeto “Fertile Futures”, que vai representar Portugal na Bienal de Veneza de Arquitetura, com curadoria de Andreia Garcia, o ministro Pedro Adão e Silva anunciou ainda que a participação “corresponde a um investimento de 800 mil euros, o que dá bem conta da importância atribuída”.

“Eventos como a Bienal de Arquitetura em Veneza, mas também a Bienal da Arte, de Istambul, de Arquitetura de São Paulo ou a Quadrienal de Praga são momentos fulcrais para a nossa apresentação enquanto país, mas também para inserção dos profissionais portugueses nas grandes redes internacionais”, assinalou o governante.

Mencionando que “a 'Fertile Futures' trata a questão da escassez de água doce, tomando como ponto de partida a experiência concreta do nosso território, [a representação portuguesa] responde diretamente àquilo que é a convocatória da curadora da bienal deste ano e que tem como título 'O laboratório do futuro'”.

Adão e Silva enfatizou assim ser o projeto português “um estimulo à reflexão sobre novas estratégias para a gestão dos recursos hídricos”.

A representação oficial portuguesa aborda a escassez de água doce e a busca de soluções para a gestão sustentada de recursos hídricos, com base em sete casos nacionais: "o impacto da Gigabateria na bacia do Tâmega, a quebra da convenção no Douro Internacional, a extração mineira no Médio Tejo, a imposição de interesses na Albufeira do Alqueva, a anarquia no perímetro de rega do Rio Mira, a sobrecarga das lagoas na Lagoa das Sete Cidades e o risco de aluviões nas Ribeiras Madeirenses”, conforme a sua descrição.

Esta proposta envolve ainda um conjunto de laboratórios de debate e será também apresentada em forma de uma exposição no Palácio Franchetti, em Veneza, entre 20 de maio e 26 de novembro, na 18.ª Exposição Internacional de Arquitetura, que tem como título “O Laboratório do Futuro”, lançado pela curadora Lesley Lokko.

As assembleias de pensamento que compõem o projeto “Fertile Futures” serão abertas ao público, e de acesso gratuito, e irão decorrer ainda em Veneza (maio), Braga (junho), Faro (setembro) e Porto Santo (outubro).

Pedro Adão e Silva lembrou hoje que Portugal não estará apenas representado no segundo piso do Palácio Franchetti, na sua representação oficial, que o arquiteto português Álvaro Siza será também o autor da instalação da representação do Vaticano, que tem o cardeal José Tolentino Mendonça como comissário. Para o ministro, a presença de Álvaro Siza "corresponde a um reconhecimento no ano em que completa 90 anos".

A 18.ª Exposição Internacional de Arquitetura, com curadoria da arquiteta escocesa de origem ganesa Lesley Lokko, tem como título “O Laboratório do Futuro” e tem nos temas descolonização e descarbonização os seus vetores principais.

A bienal conta com representações oficiais de 63 países, sendo Portugal e Brasil os únicos lusófonos presentes.

As exposições e projetos especiais dedicados ao “Laboratório do Futuro”, tema da mostra, contam ainda com 89 arquitetos e gabinetes de arquitetura, na maioria de África e da diáspora africana, entre os quais o Banga Colectivo, gabinete de arquitetura de Luanda e Lisboa, e o ateliê brasileiro Cartografia Negra.

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