"Está a ser uma experiência incrível a vários níveis", disse à Lusa o ilusionista, que criou o formato inédito devido ao confinamento imposto pela pandemia de covid-19.

"Fizemos 100 espetáculos em dois meses e meio e vamos chegar aos 200, temos espetáculos esgotados até outubro mais alguns privados com empresas e grupos", realçou Helder Guimarães.

A atriz Jennifer Garner e o ator Billy Crystal são duas das celebridades que compraram bilhete e participaram na experiência recentemente, após críticas "incríveis" publicadas pelos jornais LA Times, New York Times e Washington Post.

"Uma das coisas comum a todas as críticas é mencionarem que este espetáculo foi o mais parecido que eles sentiram a estar num teatro, numa experiência teatral", descreveu Guimarães.

"No final do espetáculo as pessoas sentem que estiveram umas com as outras, mesmo estando cada uma em sua casa", afirmou o ilusionista, acrescentando: "Temos conseguido realmente conectar as pessoas".

Com duração de 45 a 50 minutos e limite de 25 bilhetes por sessão, a 60 dólares (cerca de 50 euros) cada, "The Present" combina elementos de peça de teatro com espetáculo de magia, em que o ilusionista conta histórias e interage com a audiência através de uma plataforma ‘online’. Antes disso, os participantes recebem um pacote misterioso em casa, que só devem abrir na hora do evento.

"Este espetáculo tem coisas que são mais únicas", explicou Helder Guimarães, assinalando que “tem um conceito que é mesmo inovador, esta ideia de as pessoas poderem estar em casa a fazer magia, conectadas numa chamada de vídeo, vendo coisas que não acham possível serem feitas à distância".

"As pessoas são muito surpreendidas porque não têm uma expectativa em relação a isso muito alta", salientou.

A realização está a cargo de Frank Marshall, um ‘peso pesado’ de Hollywood com várias nomeações aos Óscares no currículo, e o cenário tem a mão de François-Pierre Couture, com dramaturgia de Amy Levinson. O calendário inicial era de um mês que, entretanto, se transformou em cinco.

"Temos recebido ‘emails’ e cartas escritas à mão de pessoas que se comovem e dizem o quão importante foi fazer parte de uma experiência deste género nesta altura", disse Guimarães, explicando um dos motivos para o sucesso de "The Present": "Tem muito a ver com esta ideia de estarmos isolados, mas ao mesmo tempo conectarmo-nos uns com os outros".

Isso explica que várias pessoas já tenham visto o espetáculo duas, três e quatro vezes, embora agora os bilhetes estejam esgotados. O português explicou que tem estado a trabalhar ao ritmo de oito eventos públicos por semana, mais espetáculos privados que são feitos para empresas e grupos específicos.

A Geffen Playhouse organizou também sessões internacionais, que irão decorrer em setembro. Serão dois espetáculos para a Europa, dois para a Ásia, dois para a Oceânia, e dois para a América do Sul e Central.

O ilusionista disse ainda que haverá mais novidades em agosto e que este formato, ou uma versão dele, poderá estender-se para lá da situação que se vive agora.

"Foi tão boa a resposta que dá mesmo vontade de continuar e criar mais conteúdo num espaço que nunca tinha sido explorado, e que se calhar agora vai ser tanto nesta altura como pós-pandemia", afirmou.

Helder Guimarães admitiu que este é “um espaço que se abriu e que vai ter muito potencial".