“É um desses conflitos entrincheirados”, disse o ‘showrunner’ Ryan Condal numa conferência de lançamento da temporada. “Temos dois lados que partilham uma história comum e se odeiam, e o ódio só fica pior à medida que as tragédias se sucedem”, continuou.

A série regressa dois anos depois de uma estreia muito bem-sucedida, onde cada episódio alcançou, em média, 29 milhões de espectadores. Condal sentiu a pressão de fazer uma sequela ao nível da primeira temporada, que por sua vez já era derivada da série mais vista e popular do mundo, “A Guerra dos Tronos”.

“A minha ansiedade na primeira temporada era saber se alguém ia ver”, disse o ‘showrunner’. “Agora temos de nos superar”.

A ação retoma dias depois dos acontecimentos trágicos do final da primeira temporada, em que Aemond Targaryen (interpretado por Ewan Mitchell) mata o primo Lucerys Targaryen (Elliot Grihault) numa dança infernal de dragões.

A morte é o ponto de não retorno na guerra pelo trono de ferro: de um lado, a sucessora do rei Viserys I, Rhaenyra Targaryen (interpretada por Emma D’Arcy) e mãe de Lucerys; do outro, Aegon II Targaryen (Tom Glynn-Carney), filho de Viserys I e da rainha Alicent Hightower (Olivia Cooke).

“São histórias e personagens incrivelmente bem desenhadas”, disse Ryan Condal, apontando que este é um mundo com tanta textura que parece real. O facto de ser baseado no conflito conhecido como A Anarquia, guerra civil travada entre 1135 e 1153 em Inglaterra e na Normandia, dá-lhe pontos de toque históricos que contribuem para a sensação de realismo.

Isto apesar da componente fantástica dos dragões, que nesta temporada continuam a sua dança pelos céus, sob os auspícios das duas fações que se enfrentam. E são as mulheres que assumem o comando, como sublinhou a atriz Bethany Antonia, que interpreta Lady Baela Targaryen.

“Nesta temporada, vemos as mulheres a destacarem-se”, afirmou. “Agora, especificamente num momento de crise e guerra, vemos que são elas que tomam as decisões”.

Olivia Cooke disse que a rainha Alicent Hightower vai lidar com mutação do seu papel, depois de Aegon II ter sido coroado, indo à procura do seu próprio poder. “Ela está a lutar por dois filhos que começam a dispensá-la”, afirmou.

Do lado oposto, Emma D’Arcy explicou que a rainha Rhaenyra aparece agora a uma nova luz, cansada da síndrome de impostora e da trepidação que experimentou antes quando se viu numa posição que não esperava.

“Ela está cansada da abordagem suave, do desejo de fazer algo e ter de escolher um caminho de manipulação ou persuasão cuidadosa”, afirmou D’Arcy.

Matt Smith, que dá corpo ao marido e tio da rainha Rhaneyra, Daemon, salientou que o catalisador desta temporada é o pesar. “Isto permite ver uma versão do Daemon que é mais exposta e honesta, ele tem saudades do irmão [Viserys] e não sabe como comunicar isso”.

Com novos dragões, alianças desfeitas, traições e mortes inesperadas, a segunda temporada de “House of the Dragon” mantém intacta a linha invisível que conecta todas as histórias criadas por George R.R. Martin, cujo livro de 2018 “Fogo e Sangue” é a base da série.

A estreia acontece apenas dias depois de a HBO ter anunciado que deu luz verde à terceira temporada, o que reflete a popularidade continuada do universo Guerra dos Tronos.

Os oito novos episódios de “House of the Dragon” vão ser disponibilizados semanalmente no serviço de ‘streaming’ Max nas noites de domingo nos Estados Unidos, quando já for madrugada de segunda-feira em Portugal. A final desta temporada vai para o ar a 05 de agosto.