O prémio do público foi atribuído à longa-metragem “The Wound”, de John Trengove, uma co-produção de África do Sul, Alemanha, Holanda e França que integrava também a competição oficial do festival, anunciou a organização hoje à noite, na cerimónia de entrega dos galardões.
Na competição de curtas-metragens, intitulada “In My SHorts”, foi premiada como Melhor Curta-Metragem de Escola “Quando o Dia Acaba”, do português Pedro Gonçalves, e outra curta portuguesa, “A Espera”, de Joana Alves, mereceu uma menção especial.
O júri da competição oficial, constituído pelo artista visual e multimédia António MV, o produtor da RTP Pedro Bessa e a atriz Sara Carinhas, elegeu “I Am Truly a Drop of Sun on Earth” como melhor filme, a que corresponde um prémio no valor de 3.000 euros atribuído pela RTP2, pela compra dos direitos de exibição naquele canal, considerando: “Este filme dá-nos um momento no tempo, que se fixa pelo efeito da luz e da retina sem se inscrever na História”.
“Feito de tempo, nos ambientes reais e com as pessoas que contam a sua realidade, interpretando-a brilhantemente sob uma direção impressionante. Somos mergulhados no cruel mundo cujo preto e branco é ao mesmo tempo metáfora e afirmação. Rigoroso e cuidado retrato de dois mundos que se opõem ao mesmo tempo que se alimentam”, justificou o júri.
O prémio de curta-metragem de Escola em competição, para “Quando o Dia Acaba”, de Pedro Gonçalves, corresponde a 400 euros em equipamento audiovisual, patrocinado pela Much Underwear, e a um crédito de 500 euros para formação numa das escolas Restart, em Lisboa ou no Porto.
“Quando o dia acaba continuam os afetos através do olhar doce dos filhos e destas mães. No entanto, esta curta-metragem documental quase parece ficção, por ser tão rara a existência de um objeto de cinema que retrate assim uma família”, justificou o júri.
“Esta curta tem uma qualidade de realização e montagem que em 15 minutos consegue levar-nos a este mundo tranquilo e sensível, sem filtros e sem truques do cinema”, acrescentou.
A curta de Joana Alves, “A Espera”, mereceu uma menção especial do júri “pelo rigor com que é mostrado um assunto ainda pertinente, sensível e complexo”.
“‘A Espera’ merece a menção especial, pela forma direta, linear, correta e muito factual com que foi construída”, frisou o júri.
A 3.ª edição do Queer Porto continua no domingo com a exibição dos últimos títulos do programa “This is Me”, nomeadamente: “Mapplethorpe: Look at the Pictures” (às 22:00), já nomeado para dois Emmys, um retrato íntimo e crítico de Robert Mapplethorpe dos realizadores Fenton Bailey e Randy Barbato; a estreia absoluta de “Blackstar: Autobiography of a Close Friend”, de Tom Joslin, às 17:00; e ainda um conjunto de curtas-metragens e a longa-metragem “Tender Fictions” (15:00), de Barbara Hammer, figura incontornável do cinema experimental, cujo trabalho foca questões da política do corpo.
Também no domingo, o Teatro Rivoli acolhe ainda uma sessão especial com a exibição do documentário “Les Vies de Thérèse”, realizado por Sébastien Lifshitz, vencedor em 2016 da Palma Queer no Festival de Cannes, enquanto no espaço malavoadora terá lugar a mais recente performance de Rachel Mars, “Your Sexts Are Shit: Older Better Letters”, às 20:30.
Comentários