As migrações pré-históricas que moldaram a composição genética das populações Europeias ocorreram desde há 10 mil anos, quando o continente era povoado por caçadores/recoletores, e para onde povos do Médio Oriente e da Anatólia, na atual Turquia, trouxeram as primeiras práticas agrícolas.

A investigação hoje publicada na revista da Academia Nacional das Ciências dos Estados Unidos permitiu concluir que os primeiros agricultores na Península Ibérica "descendem dos primeiros povos neolíticos que para ali migraram" e que os genes dos povos da Europa central quase não têm expressão na sua composição genética, afirmou Cristina Valdiosera, da universidade australiana de La Trobe.

Os primeiros agricultores ibéricos terão chegado por rotas na costa norte do Mediterrâneo e a sua composição genética tem mais em comum com os habitantes da ilha da Sardenha, que são descendentes diretos dos povos que há 8.000 anos divulgaram a agricultura pela zona do Mediterrâneo.

Os investigadores debruçaram-se sobre 13 corpos encontrados no norte e sul de Espanha e analisaram também os seus hábitos alimentares, concluindo que ao longo de 4.000 anos, tiveram poucas influências exteriores, recorrendo a uma dieta de produtos agrícolas.