De acordo com o curador, em declarações à Lusa, trata-se do “segundo momento de uma exposição que já inaugurou o primeiro momento dia 15 de maio, com a ARCOlisboa – Feira Internacional de Arte Contemporânea [que este ano decorreu entre 16 e 19 de maio]”.
“Ponto de Fuga — obras da coleção António Cachola” é a segunda experiência do curador com esta coleção e “reúne uma série de artistas à volta de um tema-chave que é a ideia de ponto de fuga”.
“Eu brinco um bocado com a ideia de ponto de fuga em termos de História da Arte e perspetiva na arte, os dois pontos que parecem confluir, e a ideia de ponto de fuga no sentido de um momento um bocado apocalíptico que estamos a viver, como a emergência climática e com uma série de tensões sociais que se estão a exacerbar”, explicou João Laia.
A primeira parte da exposição abriu ao público no piso zero a 16 de maio e a segunda parte irá ocupar o piso um com obras de Alexandre Estrela, Alice Geirinhas, Ana Jotta, Catarina Oliveira, Diana Policarpo, Filipa César, Gonçalo Sena, Igor Jesus, Joana Escoval, Mauro Cerqueira, Nuno da Luz, Priscila Fernandes, Salomé Lamas e Vasco Araújo.
Na primeira parte de “Ponto de Fuga” estão obras de Ana Manso, André Cepeda, Andreia Santana, Diogo Evangelista, Horácio Frutuoso, Joana da Conceição, Jonathas Uliel Saldanha, José Pedro Croft, Luisa Cunha, Mariana Silva, Pedro Neves Marques, Ramiro Guerreiro e Von Calhau!
Tal como aconteceu na primeira inauguração, a de hoje inclui “um momento especial, que é um programa de performances, onde serão apresentados três trabalhos, de Nuno da Luz, Joana da Conceição e Jonathan Uliel Saldanha, que são três artistas que estão dentro da exposição, mas que ao mesmo tempo vão apresentar três trabalhos ao vivo”.
João Laia inaugura a exposição hoje à noite e no domingo de manhã parte para Helsínquia, onde na segunda-feira assume funções de curador chefe do programa de exposições do Museu de Arte Contemporânea Kiasma, tornando-se no primeiro estrangeiro a trabalhar naquela instituição.
A nomeação do curador português, que será responsável pelo programa de exposições no Kiasma, em conjunto com o diretor do museu, Leevi Haapala, foi anunciada na terça-feira.
João Laia tem mestrados em Estudos de Cinema, da King’s College, e em Curadoria de Filmes, do London Consortium, ambos em Londres, e uma pós-graduação do programa CuratorLab da Konstfack, em Estocolmo.
O curador português, que tem estado envolvido na organização de exposições, não só em Portugal, mas também Espanha, Suíça, Brasil e Reino Unido, é curador da Opening, a secção da feira de arte ARCOlisboa, dedicada a galerias com menos de sete anos de atividade, e membro das equipes curatoriais da exposição inaugural do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa (2015-17), além de colaborar com publicações como frieze, Spike Art Quarterly, Flash Art, Terremoto ou Público.
Este ano, João Laia foi um dos vencedores nos concursos de apoio à produção de obras de arte e de curadoria da Fundação “La Caixa”, uma das maiores instituições financeiras espanholas, que iniciou este ano a sua implantação em Portugal, consequência da entrada do BPI no Grupo CaixaBank. João Laia foi distinguido com o projeto “Em Queda Livre”, na categoria de apoio à curadoria.
Na sequência do prémio, contou, João Laia está a preparar a exposição que será inaugurada “no início de outubro em Barcelona”.
Além disso, o curador português tem já agendada “uma exposição em Nápoles, no final deste ano ou início do seguinte” e, “em março de 2020, uma exposição na Galeria Municipal do Porto”.
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