A LEGO celebra este domingo 60 anos de existência. Ao longo destas seis décadas, as peças têm sido adornadas: agora produzem-se alguns tijolos LEGO com rostos detalhadamente desenhados, por exemplo. Contudo, a receita mantém-se: estes brinquedos continuam apenas a ser tijolos de plástico com ‘tubos’ no interior. De tal maneira que uma peça fabricada há 60 anos continua a conseguir encaixar numa que tenha saído neste momento da fábrica.

E fábricas, na verdade, há muitas e em muitos lugares. Hoje a empresa dinamarquesa tem escritórios em Endfied (EUA), Reino Unido, Xangai (China) e Singapura, tornando-se numa das marcas de brinquedos para crianças que mais ocupa os corredores dos supermercados dedicados à pequenada. Pelo contrário, há mais de 60 anos, Ole Kirk Christiansen produzia, sozinho, objetos em miniatura. Começou por ser carpinteiro mas o rumo mudou: decidiu tentar desenhar objetos em pequena escala.

Anos mais tarde, em 1949, com a ajuda do filho, Godtfred Kirk Christiansen, e de alguns empregados, Ole Krik abre uma empresa de produção de tijolos de plástico - os primeiros tijolos chamavam-se Automatic Binding Bricks (tijolos de encaixe automático).

Estes tijolos, os originais, eram ocos (sem ‘tubos’), o que fazia com que tivessem uma capacidade de encaixe limitada. As crianças conseguiam brincar com as peças, mas estas não podiam ser movimentadas. Assim, a equipa procurava melhorar a capacidade de encaixe das peças, até que, em 1958, chegaram ao tijolo LEGO como hoje o conhecemos.

Agora, já com ‘tubos’, conseguem encaixar uns nos outros porque os moldes usados para produzir as peças têm um erro de precisão de até 4 μm (0,004 mm), ou seja, inferior à largura de um cabelo. A este erro de precisão dá-se o nome de “poder de encaixe”.

A "jogar bem" há 60 anos

O nome LEGO é uma abreviatura para duas palavras dinamarquesas (Leg Godt) que significa “jogar bem”. Palavras que, segundo a diretora de marketing do grupo, Julia Goldin, em comunicado, resumem a essência do grupo ao longo dos anos.

Segundo Julia, o LEGO têm uma ambição principal: que os jovens mantenham a mente “aberta” e que continuem a “explorar e desenvolver capacidades essenciais para o século XXI”. A imaginação é incontornavelmente testada - por exemplo, um conjunto de seis tijolos (com medidas 2x4) tem mais de 915 milhões de combinações.

Porém, para além de testar a capacidade de raciocínio e de imaginação, as peças de LEGO ainda permitem às crianças sonhar. Sonhar bem alto: na verdade, até à lua. Segundo as contas da própria empresa, basta construir uma coluna com 40 mil milhões de tijolos de LEGO para lá chegar.