“Acaba por ser um romance autobiográfico, mas com partes de ficção, que aborda questões temáticas e sentimentos de identidade”, disse a autora à agência Lusa.
Stephanie viveu em Portugal até completar o ensino secundário e continuou os estudos em Inglaterra. Vive em Angola, depois de residir em vários países e o multiculturalismo é um tema especial para a escritora.
Sobre os relacionamentos interculturais, diz que depende muito dos países onde acontecem e das sociedades que lá vivem, pois “existem sociedades mais abertas e outras nem por isso”.
A obra aborda o tema do racismo e a autora não tem dúvidas de que este “é algo que ainda está infelizmente presente na sociedade e a vários níveis”.
“O meu livro, apesar de não se focar no racismo, acaba por mostrar as microagressões ao longo de um dia, de uma vida, que acabam por ferir a autoestima e a perceção de pertença a uma comunidade ou mesmo na família”, disse.
Sem avançar com receitas chave, Stephanie Vasconcelos defende mais “empatia e comunicação” para início de conversa, identificando ainda “um caminho a percorrer” na lusofonia.
“A empatia e a comunicação podem ser um primeiro passo para esse debate, essa conversa, para que as partes reconheçam as dificuldades sociais e os problemas que cada um sente”, defendeu.
Editado em Portugal pela Penguin Random House, que apresenta a obra como “um livro sobre amor, racismo, medo e famílias partidas”, o romance será lançado no sábado na livraria Greta, numa cerimónia em que participará a escritora Djaimilia Pereira de Almeida.
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