Uma equipa de investigação liderada por Chen Yi, do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia de Ciências da China, chegou àquela conclusão após analisar as primeiras amostras de rocha recolhidas no local pela missão chinesa Chang’e 6.

Pensa-se que aquela cratera, no designado lado oculto da Lua por não se conseguir ver da Terra, se formou durante um período de intenso bombardeamento de asteroides que moldou grande parte do sistema solar nas suas primeiras centenas de milhões de anos.

Apesar da sua importância, a idade exata da bacia do Pólo Sul-Aitken (SPA, na sigla em inglês) era desconhecida, variando consideravelmente as estimativas anteriores, o que dificulta a compreensão do seu papel na história lunar e planetária.

A análise direta de amostras recolhidas na cratera pela missão Chang’e 6 permitiu que os cientistas resolvessem o mistério, indicou hoje a agência noticiosa privada espanhola Europa Press.

A equipa de investigação focou-se nas rochas fundidas por impacto incluídas nas amostras, tendo analisado cerca de 1.600 fragmentos de duas amostras de solo, identificando 20 pedaços de norite (espécie de granito) com texturas, composição mineral e características geoquímicas consistentes com uma origem de impacto.

“Os nossos estudos geológicos e análises litológicas (relativas à formação das rochas) comparativas indicam fortemente que a idade de 4,25 mil milhões de anos corresponde à formação da Bacia SPA”, disse Chen, citado pela Europa Press.

Segundo os cientistas, este estudo fornece evidências diretas e baseadas em amostras de que a maior bacia de impacto na Lua se formou aproximadamente 320 milhões de anos após o nascimento do sistema solar, sendo a idade precisa de 4,25 mil milhões de anos um ponto de referência fundamental para refinar a cronologia da formação de crateras lunares e reorganizar a cronologia da evolução inicial da Lua.

As descobertas permitem uma melhor compreensão da história lunar, bem como dos processos dinâmicos que moldaram o sistema solar primitivo, adiantam.