Lançado nos cinemas há praticamente 20 anos, a primeira versão de "Mean Girls" (2004), além de marcar a geração adolescente do virar do milénio, foi um autêntico sucesso de bilheteira (custou 18 milhões dólares e rendeu 130 milhões) e serviu de rampa de lançamento rumo ao estrelato a muitas atrizes do elenco — ainda que Lindsay Lohan tenha caído um pouco na desgraça por motivos que nada têm a ver com a representação, Rachael McAdams, Amanda Seyfried e Lizzy Caplan, por exemplo, construíram carreiras na indústria que são sinónimo de nomeações para Óscares e Emmys.

O Acho Que Vais Gostar Disto (uma newsletter e podcast com recomendações incríveischegou ao Substack!

  • O que é o Substack: é uma plataforma que nos permite continuar a chegar ao vosso e-mail de forma simples, mas também passar a funcionar um pouco numa lógica de blog/site e interagir mais convosco. Podes espreitar a nossa página neste link.
  • Ou seja, na prática: podem continuar a ler-nos (via e-mail às sexta-feiras ou no novo site quando bem entenderem) e a ouvir o podcast como sempre o fizeram. Mas como sabemos que há muita gente que nos lê e ouve todas as semanas, queremos que quem tenha vontade de partilhar ideias e opiniões o possa fazer através da nossa página do Substack.

Em 2018, "Mean Girls" foi adaptado para um musical na Broadway — e é precisamente esse musical que serviu de base e inspiração para o filme de que hoje falamos e que nos faz regressar aos tempos de secundário para conhecer as "Giras e Terríveis" (assim era o título do primeiro filme em Portugal) da atualidade.

"Mean Girls" (sinopse): A história gira em torno da nova aluna Cady Heron (Angourie Rice, a filha de Kate Winslet em "Mare of Easttown"), que é recebida pelo grupo das raparigas mais populares - conhecidas como "As Plásticas" - liderado por Regina George (Reneé Rapp). Mas quando Cady comete o terrível erro de se apaixonar pelo ex-namorado de Regina, vai acabar por aprender que o melhor é ser fiel a si própria.

No epicentro de todo este sucesso está a bem conhecida Tina Fey (atriz, argumentista e também criadora da série "30 Rock"), que escreveu o argumento de "Mean Girls" (que não é conteúdo original, uma vez que se inspirou no bestseller de não-ficção "Queen Bees & Wannabes", da autora Rosalind Wiseman, que é uma espécie de livro de autoajuda) nos tempos em que era uma das guionistas principais do popular programa de comédia "Saturday Night Live".

Sobre o legado de "Mean Girls", como recorda o The New York Times, talvez mais importante do que o sucesso medido ao dólar, é o impacto que as palavras de Fey tiveram na cultura pop — é que há muito vernáculo que transitou da ficção de "Mean Girls" para o mundo real. "I’m not a regular mom, I’m a cool mom" ("Não sou uma mãe normal, eu sou uma mãe porreira"), "You can’t sit with us" ("Não te podes sentar connosco"), "Don't have sex, because you will get pregnant and die!" ("Não tenhas sexo porque vais engravidar e morrer!"), entre muitas outras tiradas, ficaram para a posteridade e fazem parte do léxico da realidade norte-americana. Exemplo: até Barack Obama chegou a tweetar e citar o fenómeno fetch nos seus tempos de Presidente numa mensagem dirigida a Bo, o seu cão-de-água português.

Agora, Tina Fey volta a pegar na história das raparigas populares do secundário e dá-lhe um twist musical a pensar nas novas gerações. Como tal, resta apenas fazer uma pergunta: será que as "Pink Wednesdays" vão continuar na moda ou a música, passados 20 anos, já é outra?

  • Na rubrica dos créditos finais, falamos de "Era Uma Vez Na Quinta" (SIC), dos Globos de Ouro, de "The Trust: A Game of Greed" (Netflix) e dos 25 anos de "The Sopranos".