Centrada na relação entre a escritora e o casal de artistas Arpad Szenes (1897-1985) e Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), a exposição vai reunir gravuras, desenhos e aguarelas, correspondência e documentação variada, segundo o museu.
“Olhares Mútuos: Maria Helena Vieira da Silva e Sophia de Mello Breyner Andresen” acede ao núcleo de obras de Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes presentes na coleção privada de Sophia de Mello Breyner, hoje em posse dos seus filhos.
A exposição tem curadoria de Marina Bairrão Ruivo e Sandra Santos, e reúne gravuras que serviram para ilustrar obras poéticas, desenhos e aguarelas dedicados ou inspirados na figura da poeta, prosa e poesia que se inspiram na pintura dos artistas, correspondência, e outra documentação vária.
Esta mostra “revela as afinidades estéticas entre Vieira da Silva e Sophia”, segundo as curadoras, e tem um caráter “intimista, quase de gabinete, procurando evidenciar o diálogo entre as duas autoras, bem como realçar os paralelismos entre as suas obras, que, se bem que em linguagens diferentes, possuem características comuns”.
“Os olhares mútuos entre as duas, a profunda atenção com que ambas fruíram a obra uma da outra, em evidente diálogo, acabam por realçar as afinidades existentes nos respetivos processos criativos. A memória do 25 de Abril, firmada em cartaz por Vieira da Silva a convite de Sophia de Mello Breyner, tornou-se icónica, e é ainda a imagem referência quando se quer ilustrar Abril de 1974″, recordam as curadoras num texto sobre a mostra.
“A visão de Sophia foi saber que estava em Vieira a capacidade de condensar em dois cartazes o êxtase que nasce da liberdade de expressão. Apátrida durante quase 30 anos, Vieira pôde finalmente voltar a ser portuguesa, ainda que de nacionalidade francesa, num registo que saiu do circuito mais restrito e elitista das salas de exposição para invadir as ruas, as montras e as paredes das casas portuguesas”, recordam, no texto.
Também está previsto, no mesmo dia, antes da inauguração da exposição, o lançamento do livro constituído pelo que, de principal, Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu sobre a Antiguidade Clássica, intitulado “O Nu na Antiguidade Clássica”.
A edição é coordenada e organizada por Maria Andresen de Sousa Tavares, responsável também pela seleção dos poemas e respetivas notas, e tem prefácio de José Pedro Serra.
Com esta exposição, que irá ser inaugurada na quarta-feira, às 18:30, e permanece no museu até 21 de julho, a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva associa-se às comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner.
O centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner assinala-se a 06 de novembro de 2019.
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