Os músicos portugueses Camané e Mário Laginha, bem como Maria Mendes estavam nomeados, mas não receberam qualquer distinção, na noite de quinta-feira.
O fadista Camané e o pianista Mário Laginha estavam indicados na categoria de “Melhor Álbum de Raízes” em língua portuguesa, com o disco “Aqui está-se sossegado”, a partir do repertório de fado.
Já a cantora de jazz Maria Mendes estava indicada para o Grammy Latino de “Melhor arranjo”, com o tema “Asas Fechadas”, de Amália Rodrigues, que gravou no álbum “Close to me”, com John Beasley e a Metropole Orkest da Holanda, lançado em outubro de 2019.
Um destaque lusófono: o ‘rapper’ brasileiro Emicida venceu na categoria “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa”, com o álbum ‘AmarElo’.
Mas um dos maiores vencedores da cerimónia deste ano, em Miami, foi a cantora mexicana Natalia Lafourcade, que ganhou o álbum do ano com “Un Canto Por Mexico, Vol. 1″. Lafourcade ganhou três prémios no espetáculo, o mesmo que Rosalia e Carlos Vives.
Lafourcade não participou nos Grammys Latinos, que foram transmitidos ao vivo e apresentaram uma série de espetáculos, na maioria pré-gravados devido à pandemia da covid-19.
O espetáculo não teve um público ao vivo nem um tapete vermelho, e algumas das atuações contaram com membros da banda e dançarinos com máscaras.
As vitórias de Lafourcade incluíram a melhor canção alternativa para “En Cantos”, numa colaboração com iLe, e a melhor canção regional para “Mi Religion”.
Rosalia ganhou os prémios durante a pré-transmissão da cerimónia, incluindo a melhor canção urbana e melhor desempenho de fusão urbana pelo êxito “Yo X Ti, Tu X Mi”, partilhando ambos os prémios com a co-estrela da canção, Ozuna.
A artista também ganhou o melhor vídeo musical de curta-metragem com “TKN”, que apresenta Travis Scott e ajudou o ‘rapper’ a ganhar um Grammy Latino antes de ganhar um Grammy tradicional.
Antes da vitória de Rosalia no álbum do ano, Shakira tinha sido a última mulher a solo a ganhar o prémio em 2006 com “Fijacion Oral Vol. 1″.
Residente – o mais premiado da história dos Grammys latinos – continuou a série de vitórias, e levou para casa a canção do ano com “René” e a melhor canção de rap/hip-hop com “Antes Que El Mundo Se Acabe”.
Outros vencedores na quinta-feira foram Alejandro Sanz, que ganhou o disco do ano pela segunda vez consecutiva, graças a “Contigo”, canção de homenagem a Joaquin Sabina; Ricky Martin ganhou o melhor álbum vocal pop por “Pausa”; e Chiquis, filha da falecida cantora Jenni Rivera, ganhou o melhor álbum de banda com “Playlist”.
J Balvin e Bad Bunny, prontos para fazerem história depois de receberem 13 e nove nomeações cada um, arrecadaram apenas uma vitória.
Bad Bunny ganhou a melhor atuação de ‘reggaeton’ com “Yo Perreo Sola” e Balvin ganhou o melhor álbum de música urbana com “Colores”.
Apesar das 13 nomeações, Balvin teve apenas uma hipótese de ganhar oito distinções, uma vez que competiu contra si próprio em múltiplas categorias.
Antes da atuação em palco, apareceram no grande ecrã da cerimónia imagens de eventos atuais, como os protestos do movimento Black Lives Matter, incluindo uma imagem de George Floyd, o afro-americano que morreu às mãos da polícia, o que desencadeou protestos nos Estados Unidos.
Karol G, nomeada para quatro prémios, saiu de mãos vazias. O noivo de Karol G, o ‘rapper’ porto-riquenho Anuel AA, teve sete nomeações, mas não ganhou um único prémio, perdendo a distinção de melhor novo artista para o cantor colombiano Mike Bahia.
Lin-Manuel Miranda, vencedor nos Grammy, Emmy e Tony, deu início ao Grammy Latino com uma forte mensagem sobre a música latina, em espanhol e em inglês: “une-nos a todos e torna-nos humanos”.
“Esta é a nossa noite”, acrescentou.
Comentários