"Cada golfinho tem um nome. Há o Borracha, o Batman, o Jack, o Scooby, o Caroba, o Avalanche… Existem muitos golfinhos. Nós conhecemo-los e eles conhecem-nos. Ajudam-nos a arranjar peixe todos os dias", conta Lucas Fernandez, pescador brasileiro, à BBC.
Para apanhar peixe, a estratégia é simples. "O golfinho finge-se de morto, move-se lentamente, então os peixes aproximam-se. Quando existe peixe suficiente, persegue-os e faz-nos sinais, saltando na água. Isso significa que podemos lançar as redes. Nós dependemos dos golfinhos. Se eles não saltarem, não apanhamos peixe", refere.
O comportamento, ao contrário do que se possa pensar, é benéfico para a espécie. Quem o explica é Pedro Volkmer de Castilho, biólogo marinho. "Os golfinhos têm este comportamento porque querem, porque gostam de fazer isto. Não necessariamente porque precisam de fazer isto; podiam capturar qualquer peixe, em qualquer lugar, mas existe uma relação [com as pessoas] e os golfinhos gostam de cultivá-la. Repetem o comportamento porque traz um retorno alimentar e energético, mas também pode trazer satisfação social", explica.
Mesmo assim, continuam a existir práticas de pesca ilegais, com redes clandestinas que apanham os golfinhos, conta Gabriela de Souza, veterinária. "Às vezes encontramos golfinhos enrolados nas redes. Mas esta pesca com os golfinhos, esta interação com os pescadores, é bastante positiva para os animais".
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