O que é o NOS Alive?

Tendo assentado arraiais no Passeio Marítimo de Algés em 2007, o NOS Alive é o festival de música nascido em Portugal que mais público atrai todos os anos, sendo também o mais titulado: em maio, e pelo quinto ano consecutivo, o festival venceu o Prémio Marketeer na categoria “Eventos e Entretenimento”, ao qual se juntam tantos outros troféus conquistados nos Portugal Festival Awards ao longo dos anos. Nem sempre foi NOS, mas foi sempre Alive: Oeiras Alive!, Optimus Alive!, depois, e a dada altura perdeu o ponto de exclamação – mas não deixa de espantar o público que até lá se desloca.

E porquê? Está tudo nos cartazes que tem apresentado. Logo na sua estreia, juntou no mesmo alinhamento os saudosos White Stripes, naquele que foi o seu único concerto em Portugal antes de porem termo à carreira, aos igualmente extintos Beastie Boys e aos Pearl Jam, a quem terão retirado o nome. Em 2008, puseram lado a lado dois enormes senhores da folk e do rock: Bob Dylan e Neil Young. E também já por ali passaram Faith No More, Metallica, Radiohead, Green Day, Arctic Monkeys, Muse, Arcade Fire...

Onde fica o Passeio Marítimo de Algés? 

Quer a resposta simples ou a resposta simplicíssima? Fica em Algés. A maneira mais rápida de chegar até lá é por comboio, bastando seguir pela linha de Cascais e sair na estação ferroviária de Algés; o Passeio Marítimo é mesmo ao lado. Eventualmente, poderá levar viatura própria ou até mesmo seguir de táxi, mas tenha cuidado: nem sempre o acesso é fácil e o estacionamento muito menos. Pergunte aos milhares de pessoas que ali foram para ver os Guns N' Roses, no início do mês de junho, e se depararam com filas aparentemente intermináveis de trânsito. Se for aventureiro, e acredite que os há, pode sempre seguir a pé desde Alcântara até Algés, aproveitando para ver as vistas ao longo de quarenta minutos de percurso em passo semi-rápido.

Veja aqui o cartaz completo e os horários por dia e por palcos.

Mas, afinal, que há de tão especial no cartaz?

Essa pergunta é séria? Pois bem, vejamos: o cartaz de 2017 traz consigo três regressos a Portugal, e dois deles a este mesmo festival. Falamos dos Foo Fighters, que ali estiveram em 2011 e que voltarão para apresentar os temas do seu próximo álbum, Concrete And Gold, a sair este ano, e dos Depeche Mode, que levaram o seu Jesus pessoal ao Alive em 2013. O outro cabeça de cartaz dá pelo nome de The Weeknd e estreou-se em Portugal pela mão do Primavera Sound portuense, quando ainda não era uma estrela pop digna desse nome.

Como é evidente, não são só os cabeças de cartaz que puxam os melómanos. Escondidos nas entrelinhas encontramos nomes como os dos The xx, banda que sempre foi alvo de um enorme culto por cá, dos Alt-J, cabecilhas da “nova pop”, The Cult, rock bruto de toada gótica, Ryan Adams, Warpaint, Savages, Fleet Foxes ou Royal Blood. Já para não falar dos The Avalanches, que se estreiam em Portugal com disco novo, editado em 2016, 17 anos após o primeiro. E como no NOS Alive não há só música, conte também com um palco dedicado à comédia, por onde passarão as gargalhadas de Nilton, Salvador Martinha ou Aldo Lima.

Aposto que não me vou rir nada quando vir o preço dos bilhetes

Provavelmente não se rirá por outro motivo: os bilhetes já se encontram esgotados. Todos. De passes gerais a bilhetes diários, já não existe qualquer forma de entrar no NOS Alive – salvo se vencer algum concurso ou for presenteado de surpresa por um amigo ou familiar. Caso já seja possuidor de um desses bilhetes mágicos, só não se rirá com as filas que vai encontrar para comprar bilhete na estação ferroviária do Cais do Sodré, de onde parte a maioria dos festivaleiros.

E no que toca a comer e beber?

Lembra-se do que escrevemos aquando do NOS Primavera Sound? A comida nos festivais é cara, sempre foi cara, sempre será. Ainda assim, conte com uma oferta variadíssima na zona de restauração, que ocupa praticamente metade do recinto, desde hamburgueres a waffles a pitas shoarmas a pizzas a... Bem, tanta coisa que até nos perdemos. Quanto a beber, disfrute da sua Heineken fresca: a holandesa é quem patrocina o festival.

Quando vocês dizem “o mais concorrido”, de que números estamos exatamente a falar?

165 mil pessoas, ao longo dos três dias do festival. Não há como enganar: o NOS Alive é realmente o maior dos festivais autóctones portugueses, e o maior em geral, excluindo a mega-produção que é o Rock In Rio (que nasceu no Brasil). E não é só de público português que estamos a falar; uma boa percentagem desse número pertence a cidadãos estrangeiros, nomeadamente britânicos, espanhóis e australianos. Em 2016, o festival contou inclusive com nativos de Vanuatu, um pequeno país perdido na Oceânia. Um verdadeiro caldeirão que também confere ao NOS Alive um estatuto diferente, multicultural.

E há brindes? Devo levar um saco para os guardar a todos?

Claro que há brindes. E alguns desses brindes até são sacos, por isso escusa de ir carregado. O que pode fazer é levar um casaco: acredite, a temperatura desce bastante à noite, e isso torna-se ainda mais notório com a proximidade ao rio. Não se esqueça, também, dos ténis em casa. E leve, acima de tudo, boa disposição e vagar para esperar nas filas para os brindes em questão, cuja natureza depende de cada um dos patrocinadores.

Ora bem, que mais tenho que saber?

Se ainda não sabe onde irá dormir, saiba que existe uma boa oferta hoteleira perto do recinto – sendo que, estando a uns 15 minutos do centro de Lisboa, também pode optar por dormir na capital. Também existem packs que oferecem estadia no Parque de Campismo de Monsanto, a preços que variam entre os 17 euros e os 29 euros, com direito a transporte gratuito – sendo necessário ser portador de bilhete.

Este ano, o NOS Alive permitirá aos melhores amigos do homem, os cães, não ficarem sozinhos em casa enquanto os donos vão para a farra, através de um apropriadamente intitulado acãopamento. Será possível deixar os amigos de quatro patas no Acãopamento Tiago Patel / NOS Alive durante um dia, ou ao longo dos três dias, de acordo com a tipologia do bilhete adquirido.

O que deverá ficar em casa, avisa a organização, são os seguintes objetos: cintos/pulseiras pontiagudas, garrafas de plástico com tampa, bebidas alcoólicas, caixas com comida, máquinas fotográficas profissionais, gravadores, capacetes, selfie sticks, objetos de vidro ou qualquer coisa que possa ser arremessada.

Ah, e outra coisa: a música dura até de madrugada. Prepare-se...

[Notícia atualizada com os horários das atuações]