A NOS Cinemas, que lidera o mercado da exibição comercial em Portugal, com 219 das 537 salas de cinema disponíveis, anunciou que reabrirá 209 salas em todo o país na quinta-feira, 02 de julho, um mês depois da data permitida para o fazer (01 de junho), no âmbito do plano de ‘desconfinamento’ anunciado pelo Governo.
Segundo a exibidora, foi feita uma “profunda reorganização de todos os processos de segurança e protocolos operacionais”, que incluem, por exemplo, monitorização do sistema de ventilação das salas, uso obrigatório de máscara e “circuitos diferenciados de circulação de entradas e saídas”.
Quanto aos filmes que estarão nos cinemas, a exibidora explica que “a paragem, a nível mundial, das produções cinematográficas e adiamentos das estreias de vários filmes” obrigaram a “um novo e complexo planeamento dos filmes em cartaz”.
Na vertente de distribuição cinematográfica - a NOS Audiovisuais -, a empresa já tinha revelado a reposição de alguns filmes, nomeadamente de Christopher Nolan, antecedendo a estreia de “Tenet”, em agosto, e a estreia de títulos como “A Verdade’, de Hirokazu Koreeda, "Wasp Network-Rede de Espiões", de Olivier Assayas, e vários filmes portugueses. Para agosto, confirma a estreia de “Mulan”.
A NOS Cinemas anunciou o encerramento das salas, no passado dia 16 de março.
De acordo com o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), tanto em receita de bilheteira como em audiência, esta exibidora representa cerca de 60% do mercado da exibição de cinema em Portugal.
Na quinta-feira, 02 de julho, também a exibidora NLC – Cinema City reabrirá a maioria das 46 salas de cinema que explora, embora não tenha especificado quantas.
“Não existem ainda conteúdos (filmes) suficientes que nos permitam abrir a totalidade das salas e também as medidas impostas pelo governo limitam o número de sessões que podemos disponibilizar”, explicou à agência Lusa fonte da exibidora.
Segundo a mesma fonte, desde março, quando encerrou, a maioria dos trabalhadores da NLC – Cinema City esteve em regime de ‘lay-off’, estando agora a retomar os postos de trabalho, “de acordo com as necessidades de operação por cinema”.
Segundo o ICA, a exibidora com o maior número de salas é a NOS Cinemas, com 219, seguindo-se a Cineplace, com 85 salas, a NLC – Cinema City com 46 salas, a UCI com 45 ecrãs e a Castello Lopes/Socorama com 31 salas.
Por causa das medidas de contenção da covid-19, as salas de cinema em Portugal encerraram em março e só puderam reabrir a 01 de junho, mas apenas algumas o fizeram, nos primeiros dias do mês, como foram os casos das salas independentes Cinema Ideal e Nimas, em Lisboa, ou cinema Trindade, no Porto.
Entre as maiores exibidoras, a reabertura foi sendo feita de forma parcial, com a UCI a reabrir as salas UCI Arrábida, em Vila Nova de Gaia, e a Castello Lopes a retomar inicialmente apenas em Guimarães e Torres Novas.
A Cineplace apenas anunciou reabertura na Guarda.
Segundo o ICA, na primeira quizena de junho, foram exibidos 48 filmes em sala, vistos por 4.644 espectadores, que deram origem a cerca de 22 mil euros de resultado de bilheteira.
Antes da covid-19, a média mensal de assistência nas salas de cinema rondava um milhão de espectadores.
Comentários