O novo edifício, desenhado pela arquiteta britânica Amanda Levete, abre ao público parte do espaço no dia 5 de outubro, e a totalidade em março de 2017, representando um investimento de cerca de 20 milhões de euros, disse hoje aos jornalistas o presidente do conselho de administração da EDP.
"É um espaço único em Lisboa que visa o diálogo entre as pessoas, a cidade e o rio", salientou António Mexia numa conferência de imprensa com dezenas de jornalistas no interior do novo edifício, após uma visita aos espaços que vão disponibilizar as primeiras exposições do MAAT.
Sobre a escolha do projeto de Amanda Levete, António Mexia justificou que era desejo da EDP criar um edifício na cidade com uma arquitetura orgânica: "Em Portugal a arquitetura tem sobretudo linhas retas, e queríamos um outro conceito, também mais comunicativo e de usufruto público".
Nesta fase inicial, a entrada no museu - que envolve um espaço total de 38 mil metros quadrados - vai custar cinco euros e passará a nove euros em março de 2017, com entrada livre até aos 18 anos e a possibilidade de aquisição de um cartão de membro do MAAT com um preço anual de 20 euros.
Por seu turno, a arquiteta britânica Amanda Levete, do ateliê AL_A, recordou que quando esteve em Lisboa, em 2010, ficou impressionada com a "paisagem deslumbrante sobre o rio e as mudanças de luz ao longo do dia".
"Também percebi que era preciso ultrapassar o problema da separação entre o rio e a cidade devido à existência da linha férrea", comentou, defendendo a importância de "criar espaços abertos".
O conceito introduzido por Amanda Levete no projeto do museu foi "criar o telhado como um espaço público, e poder olhar de cima o rio e a cidade, mantendo-o ao mesmo tempo baixo para não competir com outros edifícios, e criar uma fluidez na circulação".
Na mesma linha, António Mexia comentou que no espaço hoje ocupado pelo novo edifício, "havia um muro de 14 metros que impedia a ligação da cidade ao rio", e o projeto de Amanda Levete "criou um miradouro com 11 metros de altura aberto ao público de forma permanente".
Pedro Gadanho, diretor do MAAT, na visita guiada às salas que abrem na quarta-feira, sublinhou que "este será um museu anti-rotina, dentro de uma nova geração de espaços museológicos, mais interativos para o público", cruzando a arte, a arquitetura e a tecnologia.
O arquiteto e curador Pedro Gadanho deixou as funções de curador de arquitetura contemporânea no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque, para dirigir o novo museu da Fundação EDP, em Lisboa.
Nesta primeira fase vão estar abertos ao público a sala oval, logo na entrada, para a qual foi criada uma obra específica para o espaço - "Pynchon Park" - encomendada à artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster.
Nesta peça, que ocupa cerca de mil metros quadrados, com bolas e tapetes coloridos numa atmosfera de luzes e sons, os visitantes vão poder interagir com as peças.
Na quarta-feira, o público vai poder descobrir nesta primeira fase projetos de vários artistas na galeria principal, e na sala destinada exclusivamente ao vídeo ao longo de 12 horas de uma programação no interior e no exterior do museu.
A programação está planeada até 2019, e uma das exposições, em 2018, será dedicada a Pedro Cabrita Reis, artista cuja coleção de arte pessoal foi adquirida este ano pela Fundação EDP.
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