O impacto da queda do Estado Novo e a entrada do país na democracia teve consequências que vão para lá da liberdade que instaurou. O 25 de Abril de 1974 permitiu que a arte pudesse ser livre e isso manifestou-se também na literatura que analisa, celebra e até questiona os frutos da Revolução dos Cravos.

O SAPO24 inicia em março um ciclo semanal de entrevistas a autores e autoras de alguns dos mais marcantes romances que abordam o 25 de Abril, desde o atribulado processo de descolonização que iniciou até às marcas geracionais que deixou e às feridas que abriu — algumas das quais ainda por sarar.

Tratar-se-ão de conversas com autores que viveram a Revolução e também com os filhos desta, que cresceram já sob o signo da liberdade de expressão. O primeiro autor convidado é Hugo Gonçalves, e o pretexto para a conversa é "Revolução", o seu mais recente romance.

"Revolução" narra a vida da família Storm, composta por familiares em lados opostos da barricada durante o 25 de Abril e o PREC que lhe sucedeu. Como explica a sinopse, este romance acompanha estas personagens "do desmoronar do império ao despertar da democracia, ao longo dos rocambolescos, violentos e excessivos meses do PREC, quando a esperança e o medo dividem os portugueses e muitos acreditam que o país está a um triz da guerra civil".

Nas próximas semanas, vai poder contar com convidados como Dulce Maria Cardoso, Carlos Vale Ferraz e David Machado Jacinto Lucas Pires, entre outros.