“O objetivo é revitalizar aquela dinâmica que tínhamos com outro festival que aconteceu no território e demonstrar as tradições, o património que existe nas nossas terras”, afirmou hoje o presidente da União de Freguesias de Carvalhais e Candal, José Carlos Almeida, que organiza o Tradidanças juntamente com a Associação Turística e Agrícola da Serra da Arada e a Câmara de S. Pedro do Sul.
Carvalhais foi, durante muitos anos, o palco do festival internacional de danças populares Andanças, que este ano se realiza em Castelo de Vide.
Filipa Pereira, da produção do festival Tradidanças, explicou que a primeira edição foi “mais ao encontro da música tradicional portuguesa, com algumas oficinas e com música rock e alternativa”.
“Este ano quisemos voltar um bocadinho à sonoridade que o festival tinha com o Andanças. Herdámos essa experiência de muitos anos e este lugar ficou-lhe muito associado”, referiu, considerando que “a paisagem da serra, a frescura dos rios e a beleza de todo o território” fazem com que o lugar seja adequado a este tipo de festival.
Segundo Filipa Pereira, “o festival tem agora um desenho diferente, focado nas oficinas de dança, que acontecem nos períodos da tarde”, confluindo depois, à noite, em bailes e concertos.
“As pessoas aprendem à tarde e à noite dançam”, frisou, avançando que haverá sonoridades para todos os gostos, como “balcãs, irlandesas, cabo-verdianas, minhotas, ‘jive e cha-cha-chá’, forró e galegas”, entre outras.
Entre as oficinas e os bailes, os participantes podem “preparar o corpo” em sessões de relaxamento de, por exemplo, pilates, ioga e “encontros do umbigo”, acrescentou.
À noite, realizam-se os grandes concertos, com os grupos Enraizarte (dia 02), Galandum Galundaina (dia 03), Terrakota (dia 04) e Torga (dia 05).
O festival contará também com um espaço lúdico intergeracional, aberto a crianças, pais e avós, concertos na igreja e uma feira com artesãos, com construtores de instrumentos musicais.
Filipa Pereira explicou que as manhãs serão passadas nas “viagens de tradição e viagens de natureza”, pelas aldeias serranas, que terão como temáticas “O gado, a broa e o mel”, “As regas e o quotidiano rural” e “Moinhos: da água à farinha”.
“À tarde, no recinto do festival, quem não teve oportunidade ou forças para ir às 09:30 acompanhar esse grupo, tem oportunidade de contactar com o laboratório da tradição”, avançou, explicando que todos os dias estará presente um produtor a dar a conhecer os produtos regionais.
Do programa constam ainda as “Conversas no balneário”, com três entidades em cada dia a falar de “Interpretação e turismo em espaço rural”, “Desportos na natureza”, “Agricultura e agroindústria” e “Floresta e diversidade”.
O Espaço Família, que “vai dar resposta às necessidades dos mais pequeninos e dos seus pais em termos de alimentação, pós-parto e ‘babywearing’”, e o Espaço Fogueira, que terá “um contador de histórias todas as noites”, são outras iniciativas do festival, acrescentou.
Segundo José Carlos Almeida, a primeira edição do Tradidanças atraiu entre três e quatro mil pessoas de vários pontos do país, muitas das quais antigas participantes do Andanças.
Este ano são esperadas “pelo menos seis mil pessoas”, num festival que tem um orçamento de 50 mil euros e conta com cerca de meia centena de pessoas envolvidas na organização, entre responsáveis diretos, voluntários e equipas da autarquia.
O vice-presidente da Câmara de S. Pedro do Sul, Pedro Mouro, mostrou-se convencido de que o Tradidanças “vai ganhar uma projeção muito grande nos próximos anos”, contribuindo para a promoção do concelho nas várias vertentes e para a sua dinamização económica.
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