Diz-nos a Wikipédia que “patchouly (...) é o nome dado tanto a um conjunto de espécies de plantas do género Pogostemon, como ao óleo essencial obtido das suas folhas”. Acrescenta ainda a incrível enciclopédia open-source que o “aroma do patchouly é forte” e até “considerado agressivo por algumas pessoas”, “tendo sido utilizado durante séculos em perfumaria”, por ser “considerado relaxante por diversas pessoas” (certamente as que não se arrepiam ao sentir o seu aroma, calculamos).

Mas “patchouly” é mais do que isso. É também o nome de um dos mais emblemáticos temas musicais que marcaram o início dos anos 80 em Portugal.

Era o despontar do rock português (com nomes como Rui Veloso, UHF ou Xutos & Pontapés à cabeça). As editoras da altura procuravam incessantemente a “next big thing” do rock nacional. Entre as apostas esteve o Grupo de Baile, coletivo da Margem Sul do Tejo formado essencialmente por membros da banda filarmónica da Sociedade União Seixalense, e que em 1981 editou (pela Valentim de Carvalho) o single “Patchouly”.

A história do tema (com letra de Vítor Perdigão e música de Vicente Andrade) é simples de se contar: em termos gerais, narra a vida de um playboy português que enfeitiçava o sexo feminino com o seu perfume – mas quem disse que as músicas que ficam no ouvido têm que ser complexas?

“Patchouly” (o single) vendeu 99 mil cópias e é considerado um dos sucessos mais simbólicos do rock português dos anos 80. É quase como um “objeto musical” de culto, de reprodução obrigatória em qualquer festa saudosista que se preze. Quanto ao Grupo de Baile, lançou mais dois singles em 1982, sem que, contudo, algum deles alcançasse o sucesso do seu predecessor.

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