“Para as crianças, vai promover a autoestima, a autoconfiança, o autoconhecimento, além da componente física, porque vai trabalhar o corpo, a flexibilidade, um bocadinho da força… Vai também promover padrões respiratórios saudáveis, porque o yoga trabalha muito com a respiração”, adiantou, em declarações à Lusa, acrescentando que tudo isso também “passa para os adultos”.
Natural de Angra do Heroísmo, São Quadros viveu no estrangeiro durante alguns anos, mas regressou à terra onde nasceu, que lhe permite um maior contacto com a natureza e o mar.
Instrutora de ‘fitness’, descobriu o ‘swasthya yoga’ há cerca de 14 anos, quando começou a dar mais atenção às áreas alternativas e há 12 que também o ensina.
O projeto de ensino de yoga a pais e filhos em simultâneo, destinado a crianças entre os três e os nove anos, acompanhadas pelo pai ou pela mãe, iniciou-se há cerca de um ano na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, em Angra do Heroísmo, e tem-se repetido todos os meses.
Entre os que já conhecem o yoga e o querem partilhar com os filhos e os que nunca experimentaram, mas têm curiosidade, a procura tem sido elevada e há até quem acompanhe as aulas desde o início do projeto.
“Tenho tido muitas pessoas à procura, por curiosidade ou porque ouvem falar, e tem sido muito divertido”, salientou a professora.
As aulas de yoga com crianças exigem uma abordagem diferente, mas nem por isso são mais difíceis de ensinar, segundo São Quadros, que considera a experiência “gratificante”.
“Uma coisa é ensinar yoga a adultos, outra coisa é fazer uma aula de yoga para crianças. Não tem nada a ver. Com as crianças temos de trabalhar através de histórias, através de jogos, através de exercícios, que possam cativar o interesse delas”, explicou.
A professora garante que as aulas têm resultados e que é possível verificar algumas evoluções, mesmo entre os mais novos.
“A criança já começa aos três, quatro anos a ter consciência de uma respiração mais saudável, mais lenta, profunda. É ótimo ver as crianças já a trabalhar uma respiração mais completa. Nós, os adultos, respiramos de forma muito rápida, muito superficial”, apontou.
Para além do exercício fisco, a aula proporciona também exercícios de relaxamento, para ajudar as crianças a “descontraírem” e a “dormirem melhor”, bem como exercícios de meditação para que tenham uma “mente mais focada e lúcida”.
São Quadros defende, no entanto, que um dos principais benefícios de pais e filhos participarem nas aulas em conjunto é o reforço do vínculo entre eles.
“É uma aula divertida para os pais também poderem fazer com os filhos e promove aquele vínculo entre pai e filho”, frisou.
Apesar de viver num meio mais pequeno, a professora de yoga também já sente na ilha Terceira a correria do dia-a-dia, mas tem notado, ao longo dos últimos anos, uma evolução na consciencialização das pessoas para a necessidade de abrandar.
“O yoga é abrandar, é desacelerar, é trazer a atenção para nós, é trabalhar de dentro para fora, mas trabalhar o corpo no seu todo, não é só a componente física”, apontou, acrescentando que de nada serve trabalhar o corpo sem uma respiração adequada e uma mente saudável.
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