"Segundo Paraíso: Do cinema como ficção do nosso sobrenatural" é o penúltimo volume de uma coleção iniciada há mais de uma década e cuja conclusão está prevista para março, para coincidir com um colóquio da Gulbenkian sobre o centenário do nascimento de Eduardo Lourenço.

Este novo volume de ensaios tem prefácio e coordenação do crítico Pedro Mexia e "reúne um conjunto de escritos sobre cinema, alguns inéditos", produzidos ao longo da vida.

"Segundo Lourenço, o cinema não é simplesmente uma arte onírica: é um sonho exterior que faz da vida, e não do sonho, o lugar sobrenatural por excelência. O cinema não reproduz a naturalidade da vida, mas sobrenaturaliza-a, faz dela mais fascinante do que é na verdade", lê-se no prefácio divulgado pela fundação.

No livro estão reunidos pensamentos de Eduardo Lourenço tanto sobre a indústria cinematográfica dos Estados Unidos como sobre o cinema europeu, de Charles Chaplin a Ingmar Bergman e a Manoel de Oliveira.

“Edgar Morin ou o Homem como Cinema”, “Marilyn no Céu”, “Insólito João de Deus” e “O Nosso Caso ou a Grã Glória de Filmar” são títulos de alguns dos ensaios incluídos.

A publicação das obras completas de Eduardo Lourenço termina em março com a edição de "O Labirinto da Saudade e outros ensaios sobre Cultura Portuguesa".

O projeto das obras completas de Eduardo Lourenço foi desenvolvido pela Universidade de Évora e pela Fundação Calouste Gulbenkian, com a colaboração da editora Gradiva.

Tendo sido acompanhado pelo próprio ensaísta, o projeto editorial iniciou-se em 2011 com "Heterodoxias".

Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, Eduardo Lourenço morreu em dezembro de 2020 aos 97 anos.

Eduardo Lourenço, que nasceu em 1923 em S. Pedro de Rio Seco, Guarda, venceu o Prémio Camões e o Prémio Pessoa, duas de diversas distinções ao longo da vida. Também foi administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian entre 2002 e 2012.

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